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Augusto Santos Silva revelou esta segunda-feira em Bruxelas que, mesmo sem ter sido solicitado por João Rendeiro, a embaixada portuguesa em Joanesburgo está a acompanhar todo o processo. O ministro dos Negócios Estrangeiros destacou que este procedimento é utilizado quando há um cidadão português com problemas com a justiça no estrangeiro e deixou também uma palavra de agradecimento para a cooperação que tem sido prestada pelas autoridades da África do Sul.
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"Tenho, como ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, a agradecer à república da África do Sul a forma exemplar como tem respondido aos nossos pedidos, à luz dos mecanismos internacionais de cooperação aplicáveis. Quanto à pessoa em causa, como qualquer outro português no estrangeiro sujeito a um processo judicial, João Rendeiro pode beneficiar de proteção consular. Não requereu, até agora, que seja do meu conhecimento. De qualquer forma, a embaixada portuguesa em Pretória fez deslocar para Durban o conselheiro da embaixada para acompanhar o processo e o nosso cônsul honorário em Durban também esteve hoje no tribunal para que possamos ter todas as informações indispensáveis o mais rapidamente possível", explicou Augusto Santos Silva, em declarações aos jornalistas.
Ouça as declarações do ministro dos Negócios Estrangeiros
Questionado sobre o facto de Rui Rio ter sugerido que existe uma ligação entre o momento em que o ex-banqueiro é detido e o calendário eleitoral, o ministro dos Negócios Estrangeiros recomenda sentido de Estado.
"Sou ministro de Estado, além de ser ministro dos Negócios Estrangeiros, portanto tenho especiais responsabilidades em pautar a minha conduta pelo sentido de Estado e julgo que os líderes políticos, incluindo o líder do maior partido da oposição, devem fazer o mesmo. Devemos ser estadistas quando estão em causa questões de Estado", acrescentou o ministro dos Negócios Estrangeiros.
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O antigo presidente do BPP João Rendeiro, arguido em vários processos judiciais, envolvendo burla qualificada, falsificação de documentos e falsidade informática, e já condenado num processo transitado em julgado a prisão efetiva de cinco anos e oito meses, estava desde setembro fugido à Justiça.

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