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A líder parlamentar do PCP, Paula Santos, anunciou esta tarde que o partido não vai participar na sessão do Parlamento desta quinta-feira, em que o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, vai discursar e denuncia esta iniciativa como "um ato de instrumentalização de um órgão de soberania".
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"O PCP não participará numa sessão da Assembleia da República concebida para dar palco à instigação da escalada da guerra, contrária à construção de um caminho para a paz, com a participação de alguém como Volodymyr Zelensky que personifica um poder xenófobo e belicista, rodeado e sustentado por forças de cariz fascista e neonazi, incluindo de caráter paramilitar, de que o chamado Batalhão Azov é exemplo, a quem Zelensky deu palco na recente sessão no Parlamento grego", argumentou a deputada comunista em conferência de imprensa.

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Paula Santos realça que o Batalhão Azov foi responsável "pelo massacre de 2 de maio de 2014, na Casa dos Sindicatos, em Odessa, em que 42 pessoas foram assassinadas, muitas das quais queimadas vivas".
Depois do golpe de 2014, defende, o poder ucraniano "discrimina os seus cidadãos com base na sua cultura e língua, ataca o direito de opinião, promove a perseguição política, encetou um processo de ilegalização do Partido Comunista da Ucrânia e reprime outras forças democráticas e antifascistas".
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A parlamentar aponta também o dedo aos Estados Unidos, à NATO e à União Europeia, que acusa de "intensificar a escalada belicista".
Ouça os argumentos de Paula Santos.
O partido defende "todos os esforços no sentido da paz e contra a escalada da guerra, objetivo que deve pautar o papel de Portugal e das suas instituições". O PCP sublinha ainda que "não tem nada a ver com o governo russo e o seu Presidente", porque "a opção de classe do PCP é oposta à das forças políticas que governam a Rússia capitalista e dos seus grupos económicos".
A sessão solene com o líder ucraniano tem início marcado para as 17h00 e pode ser acompanhado em direto na antena da TSF e em tsf.pt.