PS dá sinal de confiança a Costa. Pedro Nuno "ausente" e casos servem "para aprender"

PS "virou a página" das polémicas e deixou voto de confiança ao líder absoluto António Costa.

Para "virar a página" às polémicas que marcaram as últimas semanas no Governo, os socialistas analisaram também "a página anterior", ou seja, embora as intervenções na comissão nacional do PS não se tenham cingido nos "casos e casinhos", os militantes não deixaram de fazer a discussão e, de acordo com socialistas ouvidos pela TSF, a grande maioria deixou um voto de confiança a António Costa.

"Tivemos o cuidado de apreciar todos os casos, que são de natureza muito diferente. Vamos aprender com eles e, desde logo, pela própria palavra do secretário geral do partido, recomendamos a todas as instâncias que tenham os maiores cuidados e para salvaguardarem o património inequívoco do PS", assumiu Carlos César.

As palavras do presidente socialista, no final da reunião, que decorreu em Coimbra, indicam que o partido não ficou fraturado com as saídas no Governo, principalmente, a de Pedro Nuno Santos que continua a ser visto como o militante em melhor posição para suceder a António Costa.

Ao que a TSF apurou, o nome do antigo ministro das Infraestruturas e da Habitação não foi mencionado ao longo das quase cinco horas de discussão, nem pelo poucos pedronunistas que estiveram em Coimbra.

O próprio presidente do partido, questionado se Pedro Nuno Santos fez falta à reunião, assumiu que "apenas notou a ausência de quem faz parte da comissão nacional". "Não notamos ausência das pessoas que não fazem parte", acrescentou.

"O importante é que as escolhas sejam as melhores possíveis"

O partido completa 50 anos em abril deste ano e, apesar dos recados da direção para que os responsáveis políticos "salvaguardarem o património inequívoco do PS", Carlos César considera que "os incidentes" das últimas semanas não colocam em causa a imagem socialista.

"Não são incidentes que estão localizados no tempo e no espaço, que poderiam afetar a imagem de um partido com grandes responsabilidades e com uma grande história como é o PS", sustenta.

A olhar para o futuro e à boleia do novo mecanismo de escrutínio aos futuros governantes, de 36 perguntas, Carlos César defende a opção do Governo que funcionará em duas dimensões: facilita aos que escolhem e refresca a memória aos escolhidos.

"O que é importante é que as escolhas sejam as melhores escolhas possíveis. O objetivo desta medida é facilitar a vida de quem escolhe, mas também dar um acréscimo de consciência a quem se sujeita a ser escolhido", justifica.

Montenegro? "Está em teste no interior do PSD"

Ora, Luís Montenegro desafiou António Costa a "ter coragem", obrigando os atuais governantes a responderam ao questionário. No entanto, Carlos César lembra ao líder do PSD que "não está em condições" de fazer exigências ao primeiro-ministro".

"O Dr. Luís Montenegro é que está em teste no interior do PSD. Penso que não está em condições de arbitrar questões dessa natureza", respondeu.

Ao longo das quase cinco horas de reunião, várias dezenas de militantes subiram ao púlpito para questionarem a direção do partido, mas, ao contrário do habitual, não foi o primeiro-ministro a usar da palavra para encerrar os trabalhos. As respostas ficaram a cargo do secretário-geral adjunto, João Torres, e do líder parlamentar, Eurico Brilhante Dias.

Além de Pedro Nuno Santos, que já não esteve na reunião por não pertencer ao secretariado nacional, outro dos potenciais sucessores de Costa também esteve ausente: Fernando Medina. As restantes putativas candidatas, Ana Catarina Mendes e Mariana Vieira da Silva, acompanharam os trabalhos.

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