PS defende que se mantenha parte da TAP pública, PSD diz que este não é "o momento" para vender

No Fórum TSF, o socialista Carlos Pereira defendeu que faz sentido manter algum controlo sobre a TAP. Já os partidos na oposição consideram que, agora, a venda não é a melhor opção.

O Partido Socialista defende que a TAP não deve ser privatizada na totalidade. O ministro das Finanças, Fernando Medina, anunciou esta segunda-feira que o processo de privatização da companhia aérea irá "em breve" ao Conselho de Ministros, mas esta manhã, no Fórum TSF, o deputado socialista Carlos Pereira defendeu que é importante que o Estado continue a ter uma palavra a dizer.

"O melhor caminho seria, salvaguardando todas as circunstâncias do mercado que ainda não conhecemos, preservar uma parte do capital no sentido de poder manter, de alguma forma, esta possibilidade estratégica de garantir matérias que são verdadeiramente importantes para o país."

Por exemplo, "manter o hub em Lisboa", defende Carlos Pereira. "Não é apenas uma questão de soberania, é também promover aquilo que são os interesses económicos do país, que passam muito pela manutenção e até reforço do hub em Lisboa.

Já o deputado do PSD Paulo Rios de Oliveira defende que este "não é manifestamente o grande momento para vender a TAP".

"Especialmente quando o Governo garante que o processo e o plano de ação está a dar grandes resultados - nós temos dúvidas - mas se ele está a dar grandes resultados, não seria melhor esperar pelo momento em que esses resultados garantissem uma venda com retorno do muito que lá pusemos?", questiona.

No entender do deputado do Chega Filipe Melo, a TAP nunca devia ser vendida.

"Não há momentos certos para vender um ativo como a TAP. O Governo fez uma injeção de capital superior a 3000 milhões de euros e a empresa começa a dar lucro, tem resultados positivos, e que o Governo deve fazer imediatamente é colocar uma administração competente que continue o caminho que agora foi iniciado, que cimente a posição da companhia, que mantenha os resultados sempre positivos e que finalmente comece a dar lucro para, de uma vez por todas, começar a devolver aos portugueses o valor que com os seus impostos lá meteram para salvar a companhia."

Também o PCP está contra a privatização da TAP. O deputado Bruno Dias recorda o caso de outras empresas.

"Os mais antigos certamente se recordam de como as conversas sobre a Rodoviária Nacional, do que foi feito aos CTT imediatamente antes da privatização, o que foi feito na banca antes das privatizações e quais são os resultados"

Outras empresas e serviços simplesmente desapareceram, lembra, como nos casos da FAM ou da Marinha Mercante.

Ouvida também no Fórum TSF, a deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua continua sem perceber porque é que se privatiza uma empresa que Governo considera estratégica.

"Se a TAP tem bons resultados não devíamos estar a aproveitar os bons resultados para o Estado ser ressarcido do dinheiro lá pôs para manter a empresa", questiona.

Primeiro, o Governo dizia que "era preciso privatizar a TAP porque dava prejuízo, afinal, agora privatiza-se porque dá lucro".

Depois de anos sem levar "um cêntimo do Estado", com a pandemia foi preciso injetar dinheiro na companhia aérea. Agora é preciso "recolher os dividendos do investimento que fez", defende a bloquista.

No sentido contrário, o deputado da Iniciativa Liberal João Cotrim de Figueiredo questiona porque é que uma companhia aérea tem de ser pública e aposta numa TAP privada..

"Não faz sentido manter uma cota, porque as estratégicas são aquelas que não serão tomadas com interesse comercial do próprio acionista e, portanto, acabaria sempre redundar em mais prejuízo para os contribuintes, direta ou indiretamente."

Para assegurar as ligações às regiões autónomas "há uma componente de serviço públicos que pode contratado, mas não com participação direta do capital", defende.

Notícia atualizada às 15h25

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