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Pela voz de Miguel Pinto Luz, o PSD reagiu esta terça-feira ao despacho do Governo que determina que o pagamento de faturas por parte do Estado à Endesa tem de ser validado previamente pelo Secretário de Estado do Ambiente e da Energia, anunciando que os sociais-democratas vão "solicitar à ERSE (Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos), de imediato, que seja feita e publicada, de forma transparente, uma "análise séria" sobre o mecanismo ibérico para esclarecer "cabalmente a questão".
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"O PSD exige hoje, aqui, que o Governo e a ERSE protejam quem efetivamente precisa. Temos de saber todos, de uma vez por todas, qual é a verdade e quanto vamos pagar", reforça.
Para o PSD, o Governo "reagiu a quente", "não gostou do que ouviu" da parte de Nuno Ribeiro da Silva sobre o aumento do preço da luz e decidiu castigar a empresa. "Não gostou do que ouviu e, então, castigou. [É] uma reação típica e habitual deste Governo, um Governo de navegação à vista, de muitos tweets, mas de poucas soluções para quem de facto precisa, neste caso, para os consumidores", criticou, considerando a postura do Executivo "inaceitável", "com laivos quase persecutórios" e "claramente uma intromissão nas regras do mercado".
Ouça a reportagem de Filipe Santa-Bárbara.
A justificação dada pelo primeiro-ministro no despacho, de proteger os contribuintes, "também não cola", afirma Pinto Luz, notando que se trata, em primeiro lugar, de "um atestado de incompetência à administração pública", que dá a entender que António Costa e João Galamba são "os únicos capazes de garantir o gasto público".
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Na declaração feita na sede dos social-democratas, Pinto Luz acentua que o PSD "entende que devemos ter todos bastante atenção a este caso" e que "a maioria absoluta do PS não pode nunca por nunca ser confundida com poder absoluto".
Neste caso específico, comenta, "parece que estamos a voltar aos tempos em que 'quem se mete com o PS leva'". "O Governo está sem soluções para o aumento dos preços da energia, e, então, cria situações estéreis, acessórias, criando confusão geral", responsabilizando sempre terceiros, ataca.

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O presidente da Endesa, Nuno Ribeiro da Silva, disse, em entrevista ao Jornal de Negócios e à Antena 1, que a eletricidade vai sofrer um aumento de cerca de 40% já nas faturas de julho, e que esse aumento é justificado pelo mecanismo ibérico para controlar o preço do gás na produção elétrica.
"Perante as ameaças de práticas especulativas nos preços a praticar pela Endesa", o primeiro-ministro assinou na segunda-feira um despacho que determina que o pagamento de faturas por parte do Estado à Endesa terá de ser validado previamente pelo Secretário de Estado do Ambiente e da Energia, João Galamba.