- Comentar
O presidente do Chega afirma concordar com a visão do Presidente da República e afirma que é mau para todos se Luís Montenegro se tornar num "André Ventura 2".
Relacionados
Imigração: "Declarações muito emocionais feitas em cima de casos correm o risco de ser irracionais"
"Fui emigrante, sou casado com uma imigrante." Moedas diz não aceitar lições "de ninguém"
Posição de Montengro sobre imigrantes? Ventura já não vê "linhas vermelhas" entre PSD e Chega
Em declarações aos jornalistas, esta terça-feira, Marcelo Rebelo de Sousa avisou o PSD para os riscos de ir atrás de discursos "emocionais" e "populistas", uma vez que, nas palavras do Chefe de Estado, "a cópia perde sempre para o original". André Ventura diz, por isso, não acreditar que as últimas posições sobre imigração e apoios sociais, tomadas por Luís Montenegro, sejam uma tentativa de "imitação".
"Não acho que [Luís Montenegro] me esteja a tentar imitar. Acho que ele pensa isto!", afirmou André Ventura, referindo-se às palavras do líder do PSD sobre o acolhimento de imigrantes "de forma regulada" e defendendo a procura por comunidades que possam interagir melhor com os portugueses. "Acho que ele pensa isto genuinamente."
"Acho que o Presidente da República tem razão nisto: nós ganhamos as eleições - e quando digo "nós", é uma maioria à direita - se cada um fizer o seu papel e o seu trabalho", expôs.
"Neste caso, o PSD tem de fazer o seu trabalho de ir buscar os votos ao Partido Socialista, daqueles que votaram no PS como solução de Governo, e o Chega tem o trabalho de ir buscar todos os votos à direita e de agregar toda a direita descontente com o sistema, com o regime e com o Governo do PS, para, juntos, formarmos uma maioria", declarou.
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
Ventura acusa Montenegro de, neste momento, dizer uma coisa "para dentro" do partido e outra "para fora", de modo a tentar agradar a todas as fações do PSD.
Para André Ventura, o líder social-democrata já percebeu que a única opção que tem de governar à direita é com o Chega e, agora, resta-lhe "arrumar a casa".
"A diferença entre o PSD e o Chega é isto: o PSD tem de arrumar a casa para poder ser governo; o Chega tem a casa arrumada", atirou.
"Agora vai depender do PSD", desafiou. "O PSD tem de limpar a casa de uma vez para que estes ex-vice-presidentes, "ex-Rioistas", "ex-Barrosistas", ex-tudo - que já não serão nada -, não serão o peso predominante no futuro", disse André Ventura. Se assim não for, contrapôs, "só nos resta ficar sentados com o PS a governar legislatura após legislatura", concluiu.