Relação Costa-Marcelo "está pré-explosiva e às tantas é mesmo preciso convocar novas eleições"

Santana Lopes elogia o "estômago e grande poder de encaixe" que o primeiro-ministro tem demonstrado, mas avisa que "há um dia em que salta a tampa da panela de pressão".

O antigo primeiro-ministro Pedro Santana Lopes alerta que as relações entre o Presidente da República e o atual chefe do Governo estão num estado "pré-explosivo" e que pode mesmo vir a ser preciso convocar eleições, até porque "por muito poder de encaixe que tenha o primeiro-ministro, há um dia em que salta a tampa da panela de pressão".

No espaço de opinião Não Alinhados, na TSF, o atual presidente da câmara da Figueira da Foz reconhece que, perante as críticas que tem ouvido, António Costa está a demonstrar "grande poder de encaixe".

"As relações, diria que estão pré-explosivas e, às tantas, é mesmo preciso convocar novas eleições porque não há ninguém que aguente, as pessoas podem julgar que se aguenta tudo o tempo todo, mas não é verdade. Estando no governo e com estas dificuldades todas, por muito poder de encaixe que tenha o primeiro-ministro, há um dia em que salta a tampa da panela de pressão", avisou.

"É preciso muito estômago, é preciso um grande poder de encaixe para um primeiro-ministro não pôr o seu lugar à disposição, pelo menos", assinala Santana Lopes sobre o momento que António Costa vive com Belém.

"Esta tensão constante e cíclica entre presidentes e primeiros-ministros, que é normal no segundo mandato, é algo muito complicado para o sistema de Governo português, porque qualquer sistema de Governo precisa de eficiência na governação", em especial neste que é já um "tempo dificílimo por todas as razões que são conhecidas".

"Quando não há, ainda por cima, Governo e Presidente a remarem, digamos assim, para o mesmo lado - e não estou a dizer não queiram ambos o bem do país, que querem -, mas têm opiniões diferentes, e este Presidente não se tem coibido de as expressar em público, é mais complicado, como é evidente", assinalou.

Marcelo Rebelo de Sousa fez nos últimos dias críticas públicas ao pacote Mais Habitação, apresentado pelo executivo, chegando a classificá-lo como uma "lei cartaz" que está, para já, "inoperacional".

*com Artur Carvalho

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