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Um dia antes dos conselheiros nacionais ficarem a saber de forma "muito detalhada" as linhas da proposta de revisão constitucional do PSD, os deputados vão ter o assunto em discussão na reunião da bancada social-democrata desta quarta-feira, convocada com esse ponto único na ordem de trabalhos.
Sabendo-se pouco ou nada em público do que Luís Montenegro pretende, também os deputados estão alheios à decisão de ir a jogo neste processo de revisão da Constituição que foi aberto pelo Chega.
"Ninguém disse rigorosamente nada a ninguém", comenta com a TSF um deputado do PSD que estranha a decisão sem que os parlamentares tenham tido uma palavra. "Nem manifestado, nem conhecido nem sequer ter sido informados", vinca.
Ouça a reportagem.
Outra fonte social-democrata destaca que "não se conhece o documento nem o que se pretende mudar", fazendo eco de algum mal-estar entre deputados por não terem tido conhecimento prévio do que se pretende neste processo.
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Olhando para trás, Rui Rio quando deu o pontapé de saída para aquela que queria que fosse uma das marcas da sua liderança - a revisão constitucional com foco na justiça e no sistema eleitoral - também não envolveu o grupo parlamentar desde início. Quem estava na bancada na altura comenta à TSF que "aquilo que o Rio fez não é muito diferente do que o que Luís Montenegro está a fazer".
"A única diferença é que, de Rui Rio, já todos sabíamos que o queria fazer e sobre o que queria fazer, já Montenegro veio a terreiro mostrar que não era uma prioridade e agora decide avançar", lembra fonte social-democrata, notando que, ao nível do envolvimento parlamentar, a ação parece semelhante e demonstrativa de alguma "desvalorização da bancada".
Para já, sabe-se que a coordenação do processo está sob responsabilidade de Miguel Poiares Maduro e que as intenções vão ser apresentadas aos deputados nesta quarta-feira, seguido pelo Conselho Nacional onde, além da análise à situação política, a revisão constitucional é outro dos pontos da ordem de trabalhos.