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À saída da cerimónia da posse do novo Governo, Rui Rio, líder da oposição, vincou a posição sobre uma possível interrupção de mandato de António Costa: "quando se consegue uma maioria absoluta, existe uma obrigação redobrada de cumprir o mandato".
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Quando questionado sobre uma possível dissolução do parlamento, depois de um aviso de Marcelo Rebelo de Sousa no seu discurso após a posse dos ministros e secretários de estado, o social-democrata refere que é "a favor da estabilidade" de Portugal.
Rio disse ter saído agradado com o discurso do Presidente da República, em particular nessa passagem, considerando "oportuno" que tenha salientado que "este mandato é para aproveitar o que uma maioria absoluta pode ter de positivo e aproveitar os quatro anos e meio".
Mesmo com a maioria absoluta, Rui Rio considera que o Governo continua a "precisar sempre da oposição, particularmente do PSD se quiser fazer reformas com maioria parlamentar qualificada".

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Sobre o discurso do primeiro-ministro na tomada de posse, o presidente do PSD disse que "nas palavras" está quase totalmente de acordo, mas considerou que o problema "está na prática" dos executivos liderados por António Costa.
"A democracia está muito gasta e precisa de ser renovada", acredita Rui Rio, depois de referir que a mentalidade do Governo socialista é, normalmente, focada "no sistema e não nas roturas" de novas propostas.
Na sua intervenção, o Presidente da República dirigiu-se diretamente a António Costa e disse-lhe: "Deram a maioria absoluta a um partido, mas também a um homem, vossa excelência, senhor primeiro-ministro, um homem que, aliás, fez questão de personalizar o voto, ao falar de duas pessoas para a chefia do Governo".
"Agora que ganhou, e ganhou por quatro anos e meio, tenho a certeza de que vossa excelência sabe que não será politicamente fácil que esse rosto, essa cara que venceu de forma incontestável e notável as eleições possa ser substituída por outra a meio do caminho. Já não era fácil no dia 30 de janeiro, tornou-se ainda mais difícil depois do dia 24 de fevereiro", acrescentou, referindo-se à invasão russa da Ucrânia.