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O presidente do PSD defendeu esta quarta-feira que o Governo "se esforçou" por, em cima das autárquicas, dar uma notícia positiva aos portugueses sobre a pandemia, considerando que deveria tê-lo feito há mais tempo ou então só depois das autárquicas.
O primeiro-ministro prepara-se para anunciar na quinta-feira o levantamento de um conjunto de restrições que vigoraram por causa da Covid-19, com efeitos a partir de 01 de outubro para evitar "confusão" com as eleições autárquicas de domingo, disse hoje à Lusa um membro do executivo.
"Obviamente que o Governo se esforçou por, em cima das eleições, dar uma notícia positiva aos portugueses, dizendo que acabou a pandemia, e com isto influenciar ou procurar influenciar o voto das pessoas", criticou Rui Rio, que falava aos jornalistas à margem de uma ação de campanha para a Câmara de Vila Franca de Xira, na Póvoa de Santa Iria.
Para Rio, como o Governo "tem consciência disso", diz que as medidas só entrarão em vigor em 01 de outubro, considerando que "quase que surte o mesmo efeito eleitoral que queriam que surtisse".
O líder do PSD defendeu que "seria mais prudente" que este anúncio fosse feito só "depois das eleições" de domingo ou que tivesse sido feito "lá muito atrás".
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"Ou então, até podia ser feito amanhã, e tinham aceitado o que o PSD propôs e foi chumbado, empurrando as eleições trinta dias para a frente", defendeu, considerando que, dessa forma, a campanha poderia ter sido feita "sem máscaras e mais frente a frente com os eleitores".
Por outro lado, como o PS é o partido com mais câmaras, o líder do PSD defendeu que "também lhes dá um bocado de jeito que a campanha não seja fácil de fazer".
"Já não sei se é o gato escondido com o rabo de fora, se é o rabo escondido com o gato de fora, mas percebe-se o que se pretende", acrescentou.
Na véspera do Conselho de Ministros que deverá introduzir um dos maiores alívios de restrições dos últimos meses, a ideia no executivo é falar-se em "momento de viragem", ou "momento de confiança", mas evitar-se a importação de "slogans" britânicos como "Dia da libertação".
"Estamos em vias de um momento de viragem, não porque a Covid-19 desapareça, mas porque graças à vacinação pode considerar-se a pandemia controlada", declarou António Costa, na qualidade de secretário-geral do PS, em Valongo, no distrito do Porto, numa alusão às medidas que serão aprovadas esta quinta-feira em Conselho de Ministros.
Este levantamento de restrições - previsto na fase três do plano do Governo - acontece num momento em que Portugal se aproxima de ter 85% da população vacinada, regista uma trajetória sólida de descida da taxa de incidência de infeções (atualmente em 137,4 casos por 100 mil habitantes) e em que a taxa de transmissão se encontra abaixo de 1, mais precisamente em 0,82.