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O presidente da Câmara do Porto afirmou que a desvinculação do município da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) "não pretende ser uma afronta" à presidente, Luísa Salgueiro, nem uma "desconfiança" à sua boa vontade no processo.
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Numa missiva enviada na quinta-feira, dia 14 de abril, à presidente da ANMP, Luísa Salgueiro, a que a Lusa teve acesso esta terça-feira, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, salienta que a desvinculação do município "não pretende ser uma afronta", nem uma "desconsideração para com os outros municípios".
"Nem tão pouco uma desconfiança sobre a sua boa vontade neste processo", salienta o independente na missiva.

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No documento, Rui Moreira diz não estar "contra" a ANMP, nem "contra" os municípios que se sentem "confortáveis" com o que a associação negociou e aceitou no âmbito do processo de descentralização de competências.
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"Continuará, certamente, a haver unidade nos propósitos. Não parece é possível manter unicidade na estratégia e no caminho", refere Rui Moreira.
O executivo da Câmara do Porto aprovou esta terça-feira a saída da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) em consequência do processo de descentralização de competências, o qual pretende assumir de forma "independente" e "sem qualquer representação".
A proposta, que tem como signatário o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, contou com os votos a favor do movimento independente, a abstenção do vereador do PSD Alberto Machado e os votos contra do PS, BE, CDU e do social-democrata Vladimiro Feliz.
"A razão pela qual pretendemos estar fora da ANMP, sem nenhuma hostilidade, é porque amanhã ninguém se vai substituir a nós, nem à Assembleia Municipal [nas negociações e decisões no processo de transferência de competências]", salientou Rui Moreira.
O documento segue agora para deliberação na Assembleia Municipal do Porto.
Na proposta, o presidente da câmara afirma ser "total" o "fracasso" da ANMP em representar os municípios no âmbito do processo de descentralização de competências do Estado.
Em declarações aos jornalistas, a 12 de abril, Rui Moreira disse não se sentir em "condições" para passar "um cheque em branco" à ANMP para negociar com o Governo o processo de descentralização de competências.
A Câmara Municipal do Porto interpôs, em 25 de março, uma providência cautelar para travar a descentralização nas áreas da educação e da saúde.
Em 04 de abril, o vereador da Educação da Câmara do Porto, Fernando Paulo, adiantou que a providência foi aceite, mas sem efeitos suspensivos, o que levou a autarquia a "acomodar" as competências.