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Em dias com várias demissões no Governo e com várias vozes a levantarem-se para pedirem a dissolução da Assembleia da República, Pedro Santana Lopes defende que o Governo deve cair, mas António Costa não.
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"Defendo que o primeiro-ministro devia apresentar a demissão deste Governo e o Presidente [da República] convidá-lo a formar novo Governo. Isso tem precedentes na história da democracia portuguesa. Aconteceu com o doutor Balsemão, nos VII e VIII Governos Constitucionais. Ele apresentou a demissão do Governo porque tinha problemas internos", considera, em declarações à TSF, o atual presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz.
Ouça a opinião de Pedro Santana Lopes sobre o Governo.
Corria o ano de 2004 quando Durão Barroso demitiu-se do cargo de primeiro-ministro para ir para a Comissão Europeia e Jorge Sampaio deu uma hipótese a Pedro Santana Lopes para formar Governo. Foi empossado a 17 de julho, mas durou apenas cinco meses. O então Presidente da República anunciou a dissolução do Parlamento a 10 de dezembro.
"Este Governo é que esgotou, já não aguenta mais casos. António Costa tem de apresentar uma equipa nova", considera Santana Lopes, referindo que a força do primeiro-ministro "está enfraquecida, mas não esgotada".
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Enquanto antigo presidente do PSD, o autarca da Figueira da Foz estranha a intervenção do atual: "Seria natural aparecer. Estranho que não apareça, mas pode haver alguma razão pessoal que eu desconheço. Em circunstâncias normais, acho que era natural aparecer e devia aparecer. Porquê? Porque era um sinal de que o assunto toca no primeiro-ministro. Isto não é só uma questão de ministros, porque já são muitos casos e o PSD tem dito isso."
Além disso, Santana Lopes também discorda da falta de apoio do partido à moção de censura anunciada esta quinta-feira pela Iniciativa Liberal.
"Acho que é aquela mania de os partidos não quererem imitar os outros"
"Não concordo. Concordo que a situação justifica uma moção de censura, até porque acho que este Governo deve cair. Eu acho que é aquela mania de os partidos não quererem imitar os outros. O doutor Sá Carneiro sobre isso dizia sempre: 'Eu não me importo que outros tenham a mesma posição do que eu. As razões é que podem não ser iguais.' Isto quando às vezes uma posição dele coincidia com a do PCP e diziam-lhe: 'Então está a tomar a mesma posição?' Eu acho que os partidos têm mesmo a mania de ser originais. Às vezes não querem andar a reboque dos outros. Tivessem agido mais cedo", critica o presidente da câmara da Figueira da Foz.

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