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O Governo esteve reunido, na manhã desta quarta-feira, com os parceiros sociais, para debater o plano de desconfinamento. As confederações sindicais e patronais lamentam, em declarações à TSF, que não tenham sido adiantados dados concretos.
Em declarações aos jornalistas, o ministro da Economia, Pedro Siza vieira, explicou que a intenção é que o plano "avance o mais rápido possível", com os parceiros sociais a defenderem medidas definidas por regiões. "De uma forma geral, discutimos a importância de programas de testagem durante o período de desconfinamento", revelou o ministro.
Questionado pela TSF sobre a opção do Governo em acatar as propostas dos especialistas, como a de Óscar Felgueiras e Raquel Duarte, que defenderam um mapa de desconfinamento por zonas, Siza Vieira garantiu que o quadro não está fechado.
"Os parceiros sociais reconheceram que o Governo tem de fazer ponderações, não excluindo a saúde mental das populações, tendo em conta a fadiga pandémica. As decisões não podem ter apenas em vista carateres epidemiológicos", disse.

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Siza Vieira lembrou que os níveis de contágios são baixos, o que pressupõe que há condições para "se fazer alguma coisa antes da Páscoa". "O quê e em que ritmo? Ainda não está fechado", garantiu.
Quanto aos apoios económicos, Siza Vieira diz que os apoios às empresas vão ser reforçados, mesmo depois do desconfinamento. "Vamos repensar e alargar os apoios que temos em vigor", apontou.
"Interrogações vão ser respondidas amanhã"
Em declarações à TSF, Andreia Araújo, da CGTP, explicou que não foi adiantado "nada em concreto quanto ao desconfinamento", tal como os restantes parceiros sublinharam.
A sindicalista assumiu que a CGTP pediu "a retoma de toda a atividade com maior celeridade". Ainda assim, assume que há dúvidas quanto à capacidade do Serviço Nacional de Saúde e pede uma testagem massiva quando as escolas reabrirem.
"Disponibilidade do Governo parece haver. Quanto à vacinação, por exemplo, parece é não existirem vacinadas. Uma das grandes preocupações que temos é o cumprimento das regras de saúde e segurança nos postos de trabalho", disse.
Carlos Silva, da UGT, adiantou que a ministra da Saúde "respondeu a algumas questões" sobre o plano de desconfinamento. Ainda assim, o líder da UGT lamentou que não tenham sido revelados dados concretos.

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"As interrogações vão ser respondidas amanhã pelo primeiro-ministro, na apresentação do plano de desconfinamento", disse. Carlos Silva lembrou ainda que "o Governo vai explicar se o desconfinamento será nacional ou regional".
"Barbeiros deviam reabrir pela saúde mental dos portugueses"
João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços, saiu às escuras da reunião com o Governo. Vieira Lopes explicou à TSF que os membros do Executivo apenas falaram nas conclusões da reunião do Infarmed, com os parceiros sociais a reivindicarem várias medidas.
"Pedidos que o comércio abra de forma faseada como no desconfinamento passado. Os barbeiros devem reabrir pela saúde mental dos portugueses. Basicamente, repetimos o que já tinha sido apresentado", lamentou.
Vieira Lopes, tal como os restantes parceiros, referiu que o Governo remeteu as decisões finais para o Conselho de Ministros de quinta-feira.

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