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A liberdade, a cidadania e a "diminuição da invisibilidade de milhões de portugueses," que resultaram da Revolução de Abril, são saudadas por Manuel Sobrinho Simões, médico, investigador e professor de Medicina, no dia em que Portugal assinala mais dias de democracia, 17 mil e 500, do que de ditadura.
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Mas na leitura de Sobrinho Simões, o país ainda tem de percorrer caminho rumo à igualdade.
"Nós melhorámos imenso em termos de liberdade e de cidadania mas, em termos de igualdade, nós não melhorámos tanto", nota o médico e investigador, em declarações à TSF, sublinhando que a uma "melhoria franca," no início, sucedeu alguma "assimetria".
Ouça o testemunho de Sobrinho Simões na TSF.
Sobrinho Simões considera ainda que também tem falhado a organização do país como sociedade: "nós continuamos a ser excessivamente individualistas, pouco socialmente responsáveis," e afirma que "gostaria agora de ver maiores sinais de organização e de fortalecimento das instituições."
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Entre as áreas onde Sobrinho Simões encontra mais falhas, está a Educação: "Não conseguimos melhorar tanto, como eu penso que nós devíamos ter melhorado."
"Para mim, a grande fragilidade, ainda hoje, é a igualdade de acesso à educação e a qualidade da educação. Portanto, se eu tivesse de fazer uma aposta era na educação e no trabalho."
"Temos de apostar mais na floresta do que nas árvores."
Também ao nível coletivo, o médico, investigador e professor de Medicina encontra espaço para progressos: "nós somos muito individualistas e não temos tido grande capacidade de apostar na comunidade. Temos de temos de apostar mais na floresta do que nas árvores", remata considerando que, apesar de ter uma visão "muito positiva," o balanço dos dias da democracia, "podia ser muito melhor".