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O presidente do grupo parlamentar do CDS-PP frisou nesta sexta-feira que apenas "cumpre a lei" na substituição de deputados e informou que Ana Rita Bessa, que renunciou ao mandato, será substituída por Miguel Arrobas da Silva.
Para Telmo Correia, "os dirigentes do partido que a propósito desta matéria resolveram aproveitar para atacar a liderança parlamentar fizeram-no seguramente, ou por desconhecer a Lei e as suas obrigações imperativas, ou por não terem conhecimento dos factos".
"Em qualquer caso, o desconhecimento da lei não aproveita a ninguém", critica, em comunicado, no dia em que foi divulgada uma entrevista do presidente do partido, Francisco Rodrigues dos Santos.
"O presidente do grupo parlamentar não entra nem quer entrar em polémicas públicas com a direção do partido, até porque tem consciência do dano que isso causa à imagem externa do CDS. Não pode, no entanto, deixar de lamentar e por isso vem corrigir algumas afirmações que, quer do ponto de vista factual, quer do ponto de vista da lei, pouco informadas", afirma Telmo Correia.
O líder parlamentar do CDS-PP salienta que, na substituição de Ana Rita Bessa, "teria sempre de seguir a ordem da lista eleitoral" e que "não determina quem substitui e apenas contacta os elementos seguintes para saber se aceitam, o que foi feito e concluído hoje".
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Em entrevista ao Expresso, o presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, afirmou que não foi envolvido nas alterações em curso na bancada parlamentar, lamentando não ter "sabido pelos canais formais e próprios dentro do CDS".
Em comunicado, Telmo Correia contesta também esta versão, dizendo que "a deputada Ana Rita Bessa comunicou a sua renúncia por carta entregue na Presidência do Partido no dia 13 de setembro".
"Pelo que, a presidência teve conhecimento deste facto com várias semanas de antecedência. Tratou-se de uma decisão estritamente pessoal que, por isso mesmo, era à própria que competia informar - e fê-lo", acrescenta.
Na entrevista ao Expresso, Rodrigues dos Santos diz ainda que há dois anos se tinha pronunciado contra a integração do Sebastião Bugalho nas listas (que chegou a ser indicado como substituto de Ana Rita Bessa, mas renunciou), dizendo preferir que "tivesse sido o Francisco Camacho, que era o vice da JP, que tinha mais experiência".
Também sobre este ponto, Telmo Correia sublinha que, à luz da lei eleitoral, "fica particularmente evidente que não tem qualquer sentido, por muito interessante que fosse a ideia" a possibilidade de convidar para deputado o atual presidente da Juventude Popular Francisco Camacho.
"O dr. Francisco Camacho não integrou a lista de candidatos por Lisboa, pelo que nunca poderia ser 'convidado' para substituir uma candidata por este círculo. Isto, no pressuposto que de que era possível impedir todos os outros de assumirem o mandato que era seu por força da lei", acrescenta.