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O líder da UGT, Carlos Silva, diz que os patrões "estão a fazer uma birra", depois do anúncio da retirada dos parceiros patronais da Concertação Social, que criticaram a agenda do trabalho proposta pelo Governo. O líder da UGT falava à entrada da comissão política do Partido Socialista.
"Foi um exagero e uma birra. A UGT apresentou os seus contributos para a agenda do trabalho digno, não sei como há tanto espanto, ou os patrões acham que os acordos se vão manter eternamente? O acordo de 2012 foi patriótico para resolver os problemas do país, já passaram nove anos", sublinha.
Carlos Silva reforça que "não sabe de onde vem uma surpresa destas, e pede aos patrões que reflitam, acusando-os de ser inflexíveis em muitos momentos da negociação com o Governo.
Sobre a Concertação Social, o líder da UGT alerta que esta "não é do Governo", mas também dos patrões e dos trabalhadores, pelo que a ausência de uma das partes deixa-a "manca".
"A única hipótese que há é a de que os patrões reflitam em relação ao que criaram, uma questão inédita e atípica no país", que leva Carlos Silva a defender que devem sentar-se de novo na mesa das negociações.
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Os patrões "têm muita responsabilidade pelo facto de se negarem, consecutivamente, a chegar a acordos em algumas matérias", rematou.

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As quatro confederações empresariais disseram que foi com "surpresa" que viram aprovadas no último Conselho de Ministros, alterações à lei laboral que não estavam contempladas na Agenda do Trabalho Digno apresentada na Concertação Social, nomeadamente o aumento das compensações por cessação dos contratos a termo e o aumento do valor a pagar pelas horas extraordinárias.
Segundo os representantes dos empregadores, o Governo deu por concluída a discussão da Agenda do Trabalho Digno no dia 20 de outubro e, no dia seguinte, aprovou o documento no Conselho de Ministros contendo "novas medidas", o que consideraram ser um desrespeito pelos parceiros sociais.
O Presidente da República anunciou hoje que vai receber na próxima sexta-feira os parceiros económicos e sociais, tanto patronais como sindicais, e recusou, antes de os ouvir, comentar a situação da concertação social.
O presidente do Conselho Económico e Social (CES), Francisco Assis, considerou hoje grave a decisão das confederações patronais de suspenderem a participação nas reuniões da Concertação Social e assegurou que vai desenvolver diligências para que a situação seja ultrapassada rapidamente.
"Este assunto é grave, mas tem de ser ultrapassado (...) deve haver um equívoco", disse Francisco Assis à agência Lusa, considerando ser seu papel fazer com que a situação seja ultrapassada rapidamente.