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Do Restelo até ao Palácio de Belém, centenas de portugueses e ucranianos formaram, este sábado, um cordão humano, em Lisboa, e foram recebidos pelo Presidente da República, que acedeu ao pedido de uma criança ucraniana para receber um abraço. Marcelo Rebelo de Sousa elogiou a luta "muito militante" da "excecional" comunidade ucraniana, e garantiu que "tudo o que for legítimo fazer, a comunidade internacional fará".
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Os ucranianos agradeceram o apoio de Portugal, e pediram o fim da guerra, com palavras de ordem. Ao longo do trajeto, a multidão lembrou que "a paz não tem fronteiras" e apelaram "à paz na Ucrânia".
Ouça a reportagem da TSF
Ao longo do trajeto até à residência oficial do Presidente da República, mesmo os que não se juntaram ao cordão humano, buzinaram e deixaram flores, num sinal de apoio ao povo ucraniano.
Em conversa com a TSF, a ucraniana Luena Lubarska, que vive em Portugal, explicou que a filha e as duas netas estão em Kiev, "e estão sob bombardeamento, literalmente". A mais nova das netas tem apenas dois meses, mas a família não pensar deixar a capital ucraniana, "porque pertencem à sua terra".
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Luena Lubarska fala na união de dois povos, ainda que com diferenças. Portugal e Ucrânia "têm mentalidades e características diferentes, mas nas horas difíceis juntam-se sempre".
Ao lado dos pais, Cristina Karatchevic também se juntou ao cordão humano. Vive com os pais em Portugal, mas os avós estão em Kiev. A jovem de 18 anos pede aos portugueses que enviem para a Ucrânia material médico e comida.

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"Ajudem-nos de qualquer forma. Precisamos de material médico, pensos. Há bebés a nascer em metros, o que não é normal. Tivemos sempre direitos", disse, emocionada.
E em frente ao Palácio de Belém, Marcelo Rebelo de Sousa juntou-se ao cordão humano, e ouviu Pavlo Sadokha, presidente da Associação de Ucranianos em Portugal, garantir que "os soldados vão continuar a defender o país e não vão render-se".
O Presidente da República elogiou o povo ucraniano e lembrou que "ao longo da nossa história vivemos momentos assim, com situações em que a nossa integridade e a nossa soberania foram atingidas".
Questionado sobre o possível bloqueio da Rússia ao sistema SWIFT, Marcelo garante que "tudo o que for legítimo fazer, a comunidade internacional fará".
Antes de voltar ao Palácio de Belém, uma criança ucraniana pediu um abraço ao Presidente da República, que respondeu com um "dá cá um abraço".
"Gostas de estar em Portugal? Portugal também gosta muito que estejam cá", atirou o Presidente.

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