"Vamos perceber se o Governo tem razão." PCP fala em "punição" com aprovação da reestruturação da TAP

Jerónimo de Sousa prevê que o "futuro da TAP pode estar em risco" e admite que o interesse nacional não foi acautelado no plano de reestruturação.

Jerónimo de Sousa diz que a a luz verde de Bruxelas ao plano de reestruturação da TAP "é uma punição ao interesse nacional", e admite que o futuro da companhia aérea possa estar em risco. O secretário-geral do PCP visitou o quartel de bombeiros de Algueirão-Mem Martins, mas recusou apagar os focos de incêndio da política portuguesa.

Questionado pelos jornalistas, o líder comunista criticou a forma como está a ser conduzida a reestruturação da TAP, e defende que o Governo só agrada aos que querem destruir e privatizar a empresa.

"O Estado português submete-se aos interesses e à imposição da União Europeia. De facto, nas medidas anunciadas, dá a impressão que só querem agradar a quem quer a privatização e destruição da empresa", atirou.

Jerónimo de Sousa prevê que o "futuro da TAP pode estar em risco" e admite que o interesse nacional não foi acautelado no plano de reestruturação.

"O processo é de definhamento até perdermos a TAP. Depois de tanto e despedimento e tanta conversa, impõem de uma forma inaceitável o encerramento de pistas para aterrar ("slots"), ou seja, menos serviço para a TAP realizar", explicou.

O protesto do PCP é, por isso, "veemente" com uma reestruturação "que é uma punição para os interesses do país".

O ministro da Habitação e das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, falou "num dia bom para Portugal" depois de Bruxelas ter aprovado a reestruturação. Ainda assim, Jerónimo de Sousa tem dúvidas, e admite que "daqui a uns tempos perceberemos se o Governo tem razão para estar satisfeito".

A Comissão Europeia aprovou o plano de reestruturação da TAP e a ajuda estatal de 2.550 milhões de euros, impondo, porém, algumas condições, entre elas que a companhia aérea disponibilize até 18 'slots' por dia no aeroporto de Lisboa.

Gouveia e Melo? "Não temos qualquer registo"

Jerónimo de Sousa falou ainda sobre a nomeação do vice almirante Gouveia e Melo para a chefia da Armada. O comunista assume que não tem nada a opor, mas critica a forma como o processo foi conduzido.

"Não temos nada a dizer, já o processo que conduziu à nomeação pode ser menos claro. Em relação à solução, não temos qualquer registo", disse.

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