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André Ventura considera que a invasão dos edifícios do poder, no Brasil, por parte de manifestantes bolsonaristas, prejudica a direita em todo o mundo.
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Centenas de manifestantes pró-Bolsonaro invadiram e vandalizaram, este domingo, as sedes do Supremo Tribunal Federal, do Congresso e do Palácio do Planalto, em Brasília, obrigando à intervenção policial.
Em conferência de imprensa, esta segunda-feira, o líder do Chega elogiou Jair Bolsonaro - que Ventura diz acreditar não estar envolvido nos acontecimentos - por se ter demarcado dos protestos, mas admitiu que a reação já chegou tarde.
"Congratulo-me que o ex-Presidente Jair Bolsonaro tenha vindo ontem [domingo] à noite (...) rejeitar qualquer ligação aos manifestantes e até demarcar-se dessas manifestações. Acho que isso é muito positivo", começou por referir o presidente do Chega.
"Porém, (...) acho que devia ter sido mais cedo e de forma televisionada, para que fosse claro", acrescentou, de seguida.
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"É evidente que isto prejudica a direita mundial", constatou André Ventura.
Ventura afirma compreender "a revolta" dos brasileiros perante a eleição de Lula da Silva, mas sublinha que a violência não é o caminho a adotar.
"Sinto a vitória de Lula da Silva no Brasil como se José Sócrates vencesse as eleições em Portugal", comparou. "Imagino a revolta que muitos de nós - e o Chega, particularmente - sentiria."
Ainda assim, ressalva André Ventura, nada "justifica atos de violência".
O presidente do Chega garante que tem estado em contacto com o Partido Liberal, de Jair Bolsonaro, no Brasil, e que manifestou "o repto de que, rapidamente, as coisas voltem à normalidade, de que se quebre toda a violência, e que sejam retirados, o mais rapidamente possível, todos os manifestantes que ainda ocupam espaços governamentais ou espaços do poder".