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André Ventura ouviu as palavras do Presidente da República, sobre o programa "Mais Habitação" do Governo, e notou um "sinal de descolagem" a António Costa e "um tiro certeiro na Governação". O líder do Chega já enviou um ofício para Belém, a apelar a Marcelo que vete o pacote para a habitação.
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A assessoria de imprensa do partido convocou a comunicação social para abordar a "instabilidade política" nos Açores, mas o novo episódio protagonizado por Marcelo Rebelo de Sousa marcou a conferência de imprensa.
"São palavras devastadoras para um programa que morreu antes de entrar em vigor. As palavras marcam o cortejo fúnebre de um projeto do Governo", disse Ventura, reforçando que os ministros "nem deviam ter apresentado" o pacote.

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Numa iniciativa do Correio da Manhã, o Presidente da República comparou as propostas às "chamadas leis cartazes", admitindo que tal como está concebido, logo à partida, o pacote da habitação é inoperacional". "Quer no ponto de partida, quer no ponto de chegada", acrescentou.
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Além de marcarem uma clara rutura com o Governo, as palavras de Marcelo, na opinião do líder do Chega, deixam a ministra da Habitação "fragilizada". Pelo que Ventura aconselha Marina Gonçalves a ponderar se tem condições para continuar no cargo.
"Marina Gonçalves pode refutar as críticas de Cavaco Silva e dizer que não são verdadeiras, que são exageradas ou que representam uma má tradição política, mas não o pode dizer do chefe de Estado. O chefe de Estado terá de promulgar este programa e tem sempre uma palavra a dizer sobre a sua execução", justificou.
André Ventura admite que o Governo socialista vive um clima de "instabilidade política", apesar da maioria absoluta, mas acena com o que diz ser "a única solução para desbloquear a crise": um orçamento retificativo, antes do verão, que dê respostas à crise na educação, à saúde e à habitação.
"Ao momento em que estamos, o Governo enfrenta uma crise profunda no setor da saúde, com encerramentos de serviços, uma crise profunda no setor da educação com greves intermináveis e greves sem fim à vista. E, agora, uma crise na habitação, acumulada com a anunciada morte das medidas pelo chefe de Estado", sublinhou.
São "três áreas fundamentais" que "exigem uma "redefinição orçamental", de acordo com o líder do Chega, desde logo, para a recuperação do tempo de serviço dos professores que têm aumentado a contestação ao Governo.

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