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Eram 8h00 quando abriu, oficialmente o novo centro materno infantil do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNG/E), um projeto de 14,6 milhões de euros e que divide serviços de Ginecologia/Obstetrícia entre unidades a distar três quilómetros.
Em causa está a passagem de alguns serviços de Ginecologia e Obstetrícia que atualmente estão na Unidade II, conhecida como antigo Hospital Distrital Vila Nova de Gaia, localizada no centro do concelho junto ao tribunal, para a Unidade I, conhecida como Hospital Eduardo Santos Silva, que fica no Monte da Virgem.
À TSF, o diretor da Unidade I, António Vilarinho, assinala que as novas instalações permitam que "a mãe, o bebé e toda a família percebam a dinâmica desde o nascimento a necessidade de cuidados intensivos e de recobro em pediatria", mas também que "todas as crianças e adolescentes sejam internados em ambiente pediátrico".
Ouça a entrevista da repórter Rute Fonseca com António Vilarinho.
Os novos quartos individuais procuram "recriar um ambiente mais parecido com o domicílio", com condições técnicas mais apropriadas e dar a possibilidade às grávidas de serem acompanhadas por parceiros ou parceiras e pela família.
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A Unidade I acolhe no piso 03 do novo edifício hospitalar o que o CHVNG/E designa de "Hospital da Mulher e da Criança", mas no centro da cidade de Gaia, a uma distância de cerca de três quilómetros, manter-se-á a atividade de ambulatório, que inclui consultas de ginecologia e obstetrícia.
Foi depois desta conversa com a TSF que chegaram ao centro os primeiros bebés: o Pedro, que tem semana e meia, e a Matilde, que deu entrada primeiro do que a irmã gémea.
A diretora de Pediatria, Graça Ferreira, assinalava que ambos acabavam de chegar da Unidade II, onde antes estava a unidade de Neonatologia. E o que é diferente? "Tudo, diria tudo." O espaço é "quase quatro a cinco vezes maior e as condições são muito melhores".
Também António Vinhas, coordenador da Unidade de Neonatologia, assinala que esta mudança é um "sonho concretizado", com a manutenção da qualidade dos cuidados prestados, "mas com tecnologia e instalações muito melhores".
Uma das mais-valias é da que tudo fica "centralizado, com toda a Unidade, sala de partos e serviços de Pediatria e Ginecologia no mesmo piso", a que se juntam, no mesmo edifício, a Imagiologia, a Patologia Clínica e Microbiologia.
Ouça aqui as entrevistas com Graça Ferreira e António Vinhas.
Capacidade para 82 camas e 16 incubadoras
O "Hospital da Mulher e da Criança", que abre no Monte de Virgem numa área aproximada de oito mil metros quadrados, conta com serviço de Urgência Obstétrica e Ginecológica, bloco de partos equipado com nove salas de parto individuais, dois blocos operatórios, unidade de Neonatologia com 14 'boxes' e quatro quartos de isolamento, internamento de Pediatria, internamento de Obstetrícia com 20 quartos individuais e internamento de Ginecologia.
A capacidade total do equipamento é de 82 camas e 16 incubadoras. Com esta alteração, o bloco de partos do CHVNG/E passará de quatro para nove 'boxes'.
Já na Unidade II continuará a realizar-se a atividade de ambulatório o que inclui consultas programadas de Ginecologia e Obstetrícia, Pediatria, unidade de procriação medicamente assistida e Unidade de Diagnóstico Pré-Natal.
Este investimento afeta ainda a distribuição do serviço de Ortopedia que também ficará dividido as Unidades I e II do CHVNG/E.
No centro de Gaia permanece a consulta de Ortopedia, enquanto para a Unidade I "transitará o internamento que passará a dispor de 54 camas, o que corresponde a um aumento na atual capacidade de internamento de 31%", lê-se na informação disponibilizada.
A empreitada teve um custo total de 14,6 milhões de euros, sendo que 11,6 foram gastos na construção da infraestrutura, 2,4 na aquisição de equipamentos e eletromedicina, e 528 mil euros em tecnologias da informação.
O projeto faz parte da fase C de requalificação do CHNVG/E e teve financiamento a 75% do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER - Norte 2020).
O CHVNG/E aponta que "esta infraestrutura tem um incomensurável impacto para a população do maior concelho do Norte", uma vez que "a Ginecologia responde a uma população feminina superior a 161 mil habitantes, enquanto a Obstetrícia serve mais de 75 mil mulheres em idade fértil".
Quanto ao serviço de cirurgia Pediátrica, "é o único serviço desta especialidade entre o Porto e Coimbra, servindo diretamente a população em idade pediátrica da área de influência de primeira e segunda linha do CHVNG/E", o que corresponde a 120 mil crianças e jovens, segundo números disponibilizados por este hospital.
"O serviço de pediatria, por seu turno, responde diretamente a mais de 61 mil crianças e jovens", conclui.
O prazo de execução da obra foi, segundo o CHVNG/E, de nove meses.
A abertura do novo espaço da Mulher e Criança do CHVNG/E conta com a visita da ministra da Saúde, Marta Temido, pelas 15h00.