- Comentar
A SOS Hepatites garante que há doentes com Hepatite C que estão sem receber tratamento há vários meses e, em alguns casos, a espera dura há cerca de um ano.
A presidente da associação, Emília Rodrigues, diz que os atrasos acontecem na maioria dos hospitais do país, de Norte a Sul, e dá como exemplo o Hospital de Vila Real, que ainda não terá feito tratamentos este ano. As exceções são os hospitais de Santa Maria e Egas Moniz, em Lisboa, onde os medicamentos estão a ser dados a tempo e horas.
Em declarações à agência Lusa, Emília Rodrigues garante que o problema começou no final de 2017, quando os tratamentos deixaram de ser pagos pela Administração Central do Sistema de Saúde e passaram a ser assegurados pelas administrações hospitalares. Desde então, a situação tem vindo a agravar-se.
Ouvido pela TSF, o presidente da Associação de Administradores Hospitalares, Alexandre Lourenço, diz que desconhece o assunto, mas promete investigar o caso: "Desconhecemos qualquer tipo de limitação no acesso ao tratamento para a Hepatite C. Agora será importante averiguar quais os motivos que estão na origem desses eventuais atrasos, que podem ser justificados, ou porventura não, uma vez que estes doentes, a partir do momento em que têm diagnóstico, devem ter acesso ao tratamento."
A jornalista Maria Miguel Cabo questionou o presidente da Associação de Administradores Hospitalares
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
Na entrevista à Lusa, Emília Rodrigues diz que Portugal, que foi o primeiro país da Europa a dar medicação a todos os doentes "independentemente do genótipo ou fibrose", está a "perder o comboio" e defende que, mesmo que se recuperasse o atraso na distribuição do tratamento, não se cumpriria a meta de erradicar a Hepatite C em 2030.
"A OMS [Organização Mundial da Saúde] definiu a meta de eliminação da Hepatite C até 2030, mas nós não vamos conseguir eliminá-la até 2050. Por outro lado, vamos eliminar os doentes, porque vão morrer de cancro", afirma a presidente da SOS Hepatites.
A TSF questionou o Ministério da Saúde, que remeteu para a Direção-Geral da Saúde, mas, até ao momento, não foi possível obter esclarecimentos.