Apoios do Estado só chegaram esta quinta-feira às discotecas

"Chegaram hoje de manhã, na data limite." Mas o presidente da Associação Nacional de Discotecas tem algumas dúvidas quanto à capacidade de resistência de quem volta às pistas de dança: aguentarão até às 06h00?

Os apoios prometidos pelo Governo às discotecas só chegaram esta quinta-feira às mãos dos proprietários e podem ser um dos fatores que levou muitos destes estabelecimentos a não reabrir já esta noite. Em Lisboa, e a partir da meia-noite, só uma discoteca vai abrir portas.

Em declarações à TSF, o presidente da Associação Nacional de Discotecas, José Gouveia, revelou que os apoios, "que eram para chegar no início de setembro, chegaram hoje de manhã, na data limite". O valor é "igual ao da última tranche paga em 2020, referente ao último trimestre", um apoio que estava prometido "desde o final de julho".

Além do atraso nos pagamentos, José Gouveia identifica também um outro motivo para que muitas discotecas não abram portas já na noite desta quinta-feira: faltam funcionários. Há proprietários que querem "ver para crer", especialmente depois de 19 meses que deixaram as suas casas "debilitadas".

"Muitos deles não estavam preparados para reabrir numa semana", um cenário a que se junta a falta de pessoal. "Está a ser muito complicado arranjar pessoas para trabalhar, ouço essa queixa de muita gente. Enquanto não terminar, na totalidade, o lay-off e os subsídios... Estamos com uma população um pouco subsidiodependente e um pouco preguiçosa, estamos com grandes dificuldades em arranjar pessoas para trabalhar."

Sobre o que esperar já na primeira noite da reabertura de portas, José Gouveia revela-se otimista, mas tem questões quanto à resistência necessária para dançar até de manhã: "A única dúvida é se as pessoas têm força para aguentar até depois das 4h00. O ritmo biológico das pessoas mudou bastante - falo por mim - e acho que é com alguma dificuldade que as pessoas arrastam os seus horários até às 6h00, quando fecham as discotecas."

A última fase do levantamento das restrições impostas para a controlar a pandemia entra em vigor em Portugal continental na sexta-feira, com a reabertura de bares e discotecas e o fim das limitações de ocupação para lojas e restaurantes.

Na sexta-feira, o território continental passa também a estar em situação de alerta, o nível de resposta a situações de catástrofe mais baixo previsto na Lei de Base da Proteção Civil e que vai vigorar até às 23h59 de 31 de outubro.

O uso de máscara será obrigatório nos transportes públicos, nas Lojas de Cidadão, nas escolas (exceto nos espaços de recreio ao ar livre), nas salas de espetáculos, nos cinemas, nas salas de congressos, nos recintos de eventos, nos serviços de saúde e nas estruturas residenciais para idosos, assim como nos espaços comerciais com área superior a 400 metros quadrados, incluindo centros comerciais.

A partir de sexta-feira, acaba também a recomendação de teletrabalho, sem prejuízo da manutenção do desfasamento de horários, e é eliminada a regra que impunha a testagem em empresas com mais de 150 trabalhadores no mesmo local de trabalho.

Acompanhando o ritmo de vacinação contra a Covid-19, o plano de alívio de restrições entrou em vigor em 1 de agosto, ao que se seguiu a segunda fase em 23 do mesmo mês e agora a terceira etapa na sexta-feira.

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