Árvores em risco. Moradores de Campo de Ourique contra metro no Jardim da Parada

A mais polémica das obras da expansão do Metro de Lisboa é a estação de Campo de Ourique, que ficará situada por baixo do Jardim da Parada. Margarida Vicente, do movimento "Salvar o Jardim da Parada", queixa-se da falta de transparência em todo o processo.

O Governo dá, esta sexta-feira, ordem para a avançar com a mais recente expansão do Metro de Lisboa. A linha vermelha, que liga o aeroporto a São Sebastião, vai ter, nos próximos quatro anos, mais quatro estações: Amoreiras, Campo de Ourique, Infante Santo e Alcântara. A mais polémica das obras será a estação de Campo de Ourique, que ficará situada por baixo do Jardim da Parada. Para montar o estaleiro, vão ser arrancadas seis árvores e os moradores estão preocupados com a integridade do "único jardim do bairro".

Em declarações à TSF, Margarida Vicente, do movimento "Salvar o Jardim da Parada", queixa-se de falta de transparência em todo o processo.

"É a nossa sala da visitas. Fizemos imensas perguntas, todos nós estávamos com bastante interesse em perceber todo este traçado que, para nós, é errado, desde que começa até que acaba. Chegámos à conclusão que as coisas foram apresentadas em definitivo, já não havia volta a dar. Quando estas coisas acontecem, são postas à discussão à discussão pública e, pura e simplesmente, esta sessão de esclarecimento foi realizada oito dias depois de terem fechado as hipóteses de podermos participar", explica à TSF Margarida Vicente.

A residente de Campo de Ourique alerta que as árvores estão em risco.

"A profundidade vai ser tão grande que é difícil não encontrarem as raízes, encontrando as raízes das árvores, o problema mantém-se. Depois disto tudo ainda há outro problema em relação às árvores: feita esta obra, a estação vai ficar a 17 ou 20 metros da superfície, e depois tudo aquilo vai ser impermeabilizado. Sendo impermeabilizado, as árvores ficam impossibilitadas de ir encontrar água no subsolo do jardim", esclarece.

O caso já está em tribunal, tendo sido entregue uma providência cautelar para travar o projeto. Com a apresentação pública da expansão da linha vermelha, esta sexta-feira, Margarida Vicente estranha a decisão da Metro de Lisboa e questiona se a empresa está a pressionar o tribunal.

"Só podemos entender que sim [que está a pressionar o tribunal], porque, no fundo, estão a fazer uma sessão que contraria os motivos pelos quais nós entregámos a providência cautelar", refere.

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