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Até pode ser uma solução para os municípios banhados pelo Tejo, mas antes de pensarem na construção de um túnel os autarcas querem ter na mão os estudos sobre a construção da barragem do Alvito.
Esta é a posição do presidente da câmara de Vila Nova da Barquinha, um dos municípios afetados pela falta de caudal do Tejo, perante a proposta do ministro do Ambiente de abrir um túnel que permita a passagem de água da barragem de Cabril até Belver.
"Penso que poderá também ser uma solução, mas não podemos esquecer a questão da barragem do Alvito que é fundamental. Gostaríamos de ter os respetivos estudos e todas estas três comunidades, a Beira Baixa, a Lezíria e o Médio Tejo estão a aguardar os estudos da construção da barragem do Alvito, que é reivindicação destas autarquias, no fundo, banhadas pelo rio Tejo e pelo rio Zêzere", explica em declarações à TSF.
Fernando Freire nota, por outro lado, que a solução avançada por Matos Fernandes significa tirar de um lado para pôr noutro, mas a falta de água vai manter-se
"O problema que se levanta é que estamos a utilizar a mesma água que a montante já está no nosso território, ou seja, não há um acrescento de reforço de água no nosso Tejo. Não temos água disponível quer para a fauna, quer para a flora", diz.
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Ouça as declarações de Fernando Freire à TSF
Também Luís Damas, presidente da associação de agricultores de Abrantes, Constância, Sardoal e Mação, defende que o ideal era Portugal ter a barragem do Alvito para evitar estar ao sabor do mercado de eletricidade e dos interesses espanhóis em geral, como acontece atualmente a reboque da subida dos preços da eletricidade no mercado ibérico.
"No gráfico da barragem de Alcántara, ela tem tido este ano mais água e houve alturas que eles a esgotaram, agora está com 40%. Acho que o governo espanhol até abriu um inquérito do uso da água porque o mercado estava muito alto", refere.
Ouça as declarações de Luís Damas à TSF
Ainda assim, e embora tenha dúvidas quanto ao custo previsto, Luís Damas, em nome dos agricultores, admite que a solução do túnel pode ser uma resposta à falta de caudal para rega.
"Se for viável é uma solução, porque a barragem do Cabril tem sempre alguma disponibilidade de água, é da bacia do Tejo, não há transvazo e parece-me bem", afirma, sublinhando que "tudo o que seja para pôr água aqui neste troço do rio Tejo, a associação de agricultores aplaude e esperamos que não seja mais um projeto que esteja mais 20 ou 30 anos na gaveta".
Luís Damas admite que a solução do túnel pode ser uma resposta à falta de caudal
A construção de um túnel de 50 quilómetros para tirar água da barragem de cabril e levá-la até Belver foi uma ideia avançada pelo ministro do Ambiente, em entrevista à TSF e Dinheiro Vivo. Uma obra que, nas contas de João Pedro Matos Fernandes, custaria cem milhões de euros.

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