"Para o ano haverá constrangimentos a sério." Bacias do Barlavento e Lima com menos de 20% da capacidade

Quinze das 60 albufeiras monitorizadas tinham, no final de novembro, disponibilidades hídricas inferiores a 40% do volume total.

As bacias do Barlavento (com 13,9%) e do Lima (com 16,7%) são as que apresentavam no final de novembro a menor quantidade de água armazenada, segundo dados do Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (SNIRH).

De acordo com os dados, com menor disponibilidade de água estavam também no final de novembro as bacias do Ave (26,4%), Sado (39,6%), Cávado (48,4%) e Mira (41,9%).

Já as bacias do Guadiana (75,4%), Mondego (64,1%), Oeste (62,8%), Douro (62,7%), Tejo (57,9%) e Arade (55%) tinham os níveis mais altos de armazenamento no final de novembro.

Quinze das 60 albufeiras monitorizadas tinham, no final de novembro, disponibilidades hídricas inferiores a 40% do volume total, enquanto seis apresentavam valores superiores a 80%, segundo o SNIRH.

No último dia do mês de novembro e comparativamente ao mês anterior verificou-se um aumento do volume armazenado em uma bacia hidrográfica e uma descida em 11.

Ainda sem motivos para alarme no que diz respeito ao fornecimento de água à população, no caso da agricultura a situação complica-se. A Associação de Regantes e Beneficiários de Alvor é a entidade que gere a Barragem da Bravura, no Barlavento algarvio. Nesta altura, o fornecimento de água aos agricultores parou porque a campanha de rega só decorre de março a outubro. No entanto, Sílvia Paulina, técnica da associação, diz, em declarações à TSF, que, se não chover o suficiente, a campanha do próximo ano pode ficar comprometida. "Este ano ainda não tivemos constrangimentos, mas, caso não chova e não se reponha a água que se gastou neste ano, para o ano haverá constrangimentos a sério", alerta a responsável, que nota que "já há dois anos consecutivos que acabamos com o mesmo nível na albufeira".

No ano passado, "choveu o suficiente para repor e para fazer uma campanha de rega", refere Sílvia Paulina. "Vamos esperar que neste inverno chova novamente o suficiente. A única justificação é que, nos últimos dez anos, não tem chovido o suficiente, ou seja, não se tem atingido a média de precipitação anual, que é a média para esta zona."

"Cada vez chove menos, e, ao chover menos, há cada vez menos água armazenada", conclui a porta-voz da Associação de Regantes e Beneficiários de Alvor.

Os armazenamentos de novembro de 2021 por bacia hidrográfica apresentam-se inferiores às médias de armazenamento de novembro (1990/91 a 2020/21), exceto para as bacias do Douro, Ribeiras do Oeste, Guadiana e Arade.

A cada bacia hidrográfica pode corresponder mais do que uma albufeira.

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