- Comentar
A greve dos trabalhadores da Transtejo, empresa que opera a travessia fluvial entre Lisboa e a margem Sul, levou à paragem de todo o serviço de passageiros durante a manhã, de acordo com fonte sindical.
"Está tudo parado, todo o serviço público [da Transtejo] está parado", disse Carlos Costa, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores Fluviais, à TSF.
Os trabalhadores da Transtejo e da Soflusa iniciaram hoje e até segunda-feira uma greve pela valorização salarial e contratação de funcionários.
O sindicalista aponta a "degradação do serviço público" como uma das justificações para a greve e explica que, no caso da Transtejo, as "constantes avarias dos navios prejudicam mais do que a greve", dado que provocam a supressão semanal de algumas "dezenas de carreiras". Já as supressões na Soflusa são "um autêntico atentado".
Os trabalhadores da Transtejo param hoje e domingo, pela reposição do poder de compra e valorização dos salários, enquanto os da Soflusa param no domingo e na segunda-feira.
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
Segundo a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), esta greve é a resposta dos trabalhadores à proposta da administração, sob orientações do Governo, de 0,9% de aumentos salariais quando se verifica um aumento do custo de vida e quando a inflação homóloga se situou nos 7,2% em abril.
Carlos Costa quer ver a administração da Transtejo e Soflusa sentada à mesa de negociações e a apresentar uma "proposta condigna", pedindo também a "contratação de novos trabalhadores", solicitada desde 2019: são precisas "perto de 50 pessoas".
Realizada uma única ligação
Em resposta à Lusa, a Transtejo refere ter registado uma adesão à greve "na ordem dos 76%", adiantando que no âmbito dos serviços mínimos decretados, foi realizada uma ligação fluvial, no sentido de Cacilhas - Cais do Sodré, pelas 05h20, com uma ocupação de 44 passageiros.
De acordo com a nota, e tendo em conta o ponto de situação sobre o primeiro dia de greve dos trabalhadores da Transtejo, "não se realizou, até ao momento, qualquer outra carreira nas restantes ligações fluviais".
Na sua página da internet, a Transtejo alerta para a interrupção de serviço das carreiras, no sábado e domingo, por motivo de realização de greves, salientando não ser possível garantir o serviço regular de transporte fluvial.
A empresa prevê a interrupção do serviço, regular durante os seguintes períodos, entre Cacilhas e Cais do Sodré das 23h30 de 10 de junho até às 00h40 de 13 de junho, havendo somente a 11 e 12 de junho a ligação das 05h20, de serviço mínimo.
No sentido contrário, Cais do Sodré - Cacilhas o último barco saiu às 23h45 de dia 10 de junho, prolongando-se até 13 de junho às 01h00, horário do primeiro barco.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) terá aumentado para 8,0% em maio, face aos 7,2% de abril, o valor mais alto desde fevereiro de 1993.
A Transtejo e a Soflusa têm a mesma administração e ambas asseguram as ligações fluviais entre a margem sul e Lisboa, sendo a Transtejo responsável pela ligação do Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão, no distrito de Setúbal, a Lisboa, enquanto a Soflusa faz a travessia entre o Barreiro, também no distrito de Setúbal, e o Terreiro do Paço, em Lisboa.