Canadair avariados, bombeiro ferido e parque de campismo evacuado. Proteção Civil nega descoordenação

Comandante regional de emergência e proteção civil do comando regional de Lisboa e Vale do Tejo negou que exista descoordenação no terreno, mas admitiu que houve alguns constrangimentos no combate a este fogo.

O fogo que começou no sábado na Covilhã alastrou-se, esta quarta-feira, ao concelho vizinho de Gouveia. É o maior incêndio ativo em Portugal e já obrigou à evacuação de um parque de campismo. A proteção civil garantiu na conferência de imprensa desta tarde que vai haver reforço de meios provenientes de diversos pontos do país.

"Esta situação já obrigou à evacuação de um parque de campismo no concelho de Manteigas, garantindo a segurança de todas as pessoas que estão no local. Temos pessoas que fazem turismo na região e que não conhecem bem toda esta área. A GNR tem feito um trabalho importantíssimo", revelou Elísio de Oliveira, comandante regional de Emergência e Proteção Civil do Comando Regional de Lisboa e Vale do Tejo.

O responsável negou que exista descoordenação no terreno, mas admitiu que houve alguns constrangimentos no combate a este fogo. A proteção civil confirmou à TSF, após a conferência de imprensa, que os dois canadair do país estão avariados.

"As aeronaves canadair estiveram inoperacionais durante todo o dia. Muitas vezes o que pode parecer uma ação de descoordenação está relacionada com o reposicionamento de meios. Um conjunto de movimentações que nem sempre é fácil, ainda assim mantemos os 1146 operacionais e cinco meios aéreos. O avião que fazia todo o trabalho de coordenação e que nos transmitia imagens, devido à enorme nuvem, teve de se retirar por motivos de segurança porque estava a ser aspirada para o centro do incêndio", esclareceu o comandante.

Um dos mais de mil bombeiros que combatem o incêndio ficou ferido, com uma "queimadura nos membros inferiores". Durante as próximas horas, os meios disponíveis vão ser reposicionados na frente de incêndio e as autoridades contam também com a ajuda dos cidadãos, que tem sido "uma colaboração exemplar".

Incêndio "pejado de factos surreais"

Luís Tadeu Marques, presidente da Câmara Municipal de Gouveia, afirmou que o fogo está desde as 14h a lavrar quase sem ser combatido diretamente, uma vez que os meios são residuais.

"Já queimou muita coisa em Gouveia. Neste momento, já um alojamento turístico recebeu ordens para preparar as pessoas para a possibilidade de ter de ser evacuado. Estamos a combater um incêndio com condições muito adversas em termos atmosféricos, ventos muito fortes e apenas com os meios de Gouveia. Ontem andavam aqui muitos bombeiros, viaturas de diferentes corporações do país. Hoje desapareceram", sublinhou Luís Tadeu Marques.

O autarca afirma que, no seu concelho, o fogo não está a ser combatido pelo ar e considera que a coordenação no combate a este incêndio tem falhado repetidamente.

"Este incêndio começou no sábado e está pejado de factos surreais. Era importante que efetivamente alguém com capacidade técnica e independente pudesse fazer uma análise ao que aconteceu neste incêndio. Tem tudo menos de normalidade, nomeadamente no seu combate. Era importante para que a culpa não morra solteira", acrescentou o presidente da Câmara de Gouveia.

No total são seis incêndios ativos em Portugal. No mapa de incêndios há a apontar um outro fogo de grandes dimensões no concelho de Oliveira do Hospital, no distrito de Coimbra, com mais de 230 operacionais, 55 veículos e cinco meios aéreos a combaterem as chamas que se propagam numa zona de floresta.

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