Chuva que caiu na última semana não chegou para encher barragens do Sul

A albufeira da Bravura no Algarve, com 14% da sua capacidade, é a que se encontra com níveis mais críticos.

A chuva que caiu na semana passada em todo o país, apesar de ter ajudado a conseguir bons encaixes de água em muitas albufeiras, não permitiu que algumas barragens do Algarve, do Alentejo e da zona do Sado recuperassem níveis significativos. "Neste momento a situação que nos preocupam é a barragem da Bravura, no barlavento algarvio, que tem apenas 14%,e isso preocupa-nos", admite o vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA).Também a barragem do Roxo, Monte da Rocha e Campilha, no Sado, têm níveis muito baixos, assim como a barragem de Santa Clara, na bacia do Mira. Muitas destas albufeiras são utilizadas quase exclusivamente para a agricultura, como a barragem da Bravura, no Algarve ou a do Roxo, no Alentejo, mas outras, como a de Santa Clara (que está apenas com 41%), servem também para o abastecimento público.

"É certo que ainda estamos em dezembro, ainda temos pela frente janeiro, fevereiro, março e abril e eu espero que chova", adianta José Pimenta Machado. No entanto, de acordo com as previsões atuais da APA, o primeiro mês do ano vai ser seco.

O Algarve, a par com algumas zonas do Alentejo, é sempre a região mais crítica. Em relação às águas subterrâneas, o grande aquífero Querença- Silves está nesta altura com com menos de 20% da sua capacidade. "Isso preocupa-nos", admite o responsável da Agência Portuguesa do Ambiente.

José Pimenta Machado explica que as barragens se encontram com melhores perspetivas. A de Odelouca, na zona do Barlavento algarvio, encontra-se com cerca de 50% da sua capacidade e a de Odeleite - Beliche, na zona do Sotavento, teve um bom encaixe de água. "Houve uma boa recuperação, um encaixe de dez milhões de metros cúbicos de água, o que representa mais 10% do que as necessidades de um ano para consumo humano. Uma situação "relevante e melhor do que os últimos anos", mas que a APA considera necessário continuar a acompanhar.

Mais a Norte, a situação é bem melhor. Pimenta Machado destaca algumas albufeiras que tiveram boas recuperações. "A barragem do Alto Lindoso na bacia do Lima, mas também as barragens do Cávado, do Douro e também a barragem de Pracana, no Rio Tejo que fez uma recuperação de 20%", explicita.

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