Ministério da Defesa alvo de buscas relacionadas com suspeitas de corrupção. Há cinco detidos

Em causa estará a derrapagem de mais de 1,8 milhões de euros nas obras do antigo Hospital Militar de Belém, denunciadas em 2021 pela TSF.

A Polícia Judiciária realizou esta terça-feira 59 buscas relacionadas com suspeitas de práticas criminosas no exercício de funções públicas em Lisboa, Porto, Alter do Chão, Almada e Comporta, que resultaram em cinco detenções. Outras 19 pessoas foram constituídas arguidas.

Numa nota enviada à TSF, o ministério da Defesa Nacional confirma que foi um dos alvos destas buscas "no âmbito de averiguações a atos praticados entre 2018 e 2021" e assegura "total colaboração com as autoridades".

Foram esta manhã executados 29 mandados buscas domiciliárias e 30 buscas não domiciliárias na operação designada "Tempestade Perfeita", avança a PJ num comunicado enviado às redações.

"Está em causa uma investigação criminal cujo objeto visa apurar da eventual prática, entre o mais, de crimes de corrupção ativa e passiva, peculato, participação económica em negócio, abuso de poder e branqueamento, ilícitos relacionados com adjudicações efetuadas, por parte de Organismo da Administração Central, a diversas empresas, as quais lesaram o Estado português em muitos milhares de euros."

A CNN Portugal avança que foram detidos Altos quadros da Defesa, incluindo Alberto Coelho, um alto quadro do Estado que durante seis anos liderou a Direção-geral de Recursos da Defesa Nacional, suspeito de ser o principal responsável por uma teia criminosa que terá lesado o Estado em vários milhões de euros, através do conluio com empresas privadas às quais foram adjudicadas prestações de serviços por ajuste direto.

O caso mais conhecido diz respeito às obras de remodelação do Hospital Militar de Belém, em Lisboa, caso denunciado pela TSF. Segundo uma auditoria da Inspeção-Geral da Defesa Nacional - a que TSF teve acesso em abril de 2021 - as obras para a construção do Centro de Apoio Militar Covid-19 custaram quase 2.6 milhões de euros - três vezes mais do que o previsto (750 mil euros) - despesa autorizada por Alberto Coelho apesar de não ter competência para tal.

Já em abril deste ano o Ministério Público confirmou a abertura de um inquérito-crime visando Alberto Coelho,

A operação contou, de acordo com a PJ, com a colaboração de diversas Unidades Nacionais, Diretorias, Departamentos de Investigação Criminal e Unidade de Informação Financeira, para além do apoio da Unidade de Perícia Tecnológica Informática e da Unidade de Perícia Financeira e Contabilística da PJ, tendo participado cerca de 200 investigadores e peritos, para além de um juiz e dois procuradores.

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