A educação e a escola pública não seriam hoje as mesmas se o 25 de Abril de 1974 não tivesse ocorrido. "Tudo mudou" com os ventos de liberdade que puseram fim a 41 anos de ditadura. Nas salas de aula, lá fora, alunos e professores, todos sentiram essa mudança.
"Com o 25 de Abril a primeira coisa que aconteceu foi o acesso universal à Educação", explicou à TSF Francisco Almeida, professor e sindicalista.
O docente ainda estava a estudar quando se deu a revolução dos cravos. Também sentiu a liberdade que Abril trouxe. Nas matérias dadas nas escolas notou-se logo a diferença.
"Eram currículos extremamente pobres, orientados para a apologia do fascismo, para inculcar o ideário fascista nas crianças e nos jovens", disse.
A liberdade, defendeu, mudou a escola pública "para melhor" e fez florescer novas escolas em todo o país.
Os sindicatos de professores, que durante o Estado Novo estavam proibidos, foram criados logo depois da revolução.
"Na administração pública estava proibida qualquer atividade sindical. Não havia de professores, médicos, trabalhadores da função pública, não havia, era proibido", recorda Francisco Almeida.
O sindicalista desde 1982 esteve na fundação do Sindicato dos Professores da Região Centro. Há 40 anos que está na linha da frente na luta pelos direitos da classe docente.
"Os sindicatos de professores constituídos após o 25 de Abril conseguiram melhorar significativamente os salários dos professores, conseguiram mudar a gestão das escolas, tornando-as democráticas, fazendo com que os conselhos diretivos passem a ser eleitos e até tivessem estudantes", lembrou, salientando que ajudaram a erradicar o fascismo do sistema educativo.