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O Conselho de Administração do Hospital de São João apresentou, esta segunda-feira, demissão após o incêndio de domingo, que matou uma pessoa e deixou outras quatro gravemente feridas.
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"Apesar de as causas do incêndio estarem a ser apuradas, nomeadamente através de um processo de averiguações interno, um processo de inquérito da IGAS e de um inquérito da Polícia Judiciária, com quem estamos ativamente a cooperar, e a avaliação inicial excluir falha infraestrutural do hospital, existe um sentido ético que não podemos nem devemos esquecer. Por isso, o Conselho de Administração hoje apresentou à ministra da Saúde o pedido de demissão. O Conselho de Administração do hospital irá permanecer em funções até à decisão da ministra da Saúde", revelou Fernando Araújo, presidente do Conselho de Administração do hospital, em conferência de imprensa esta tarde.
À frente do hospital desde 2019, Fernando Araújo recordou também que a unidade de saúde prestou informação e apoio psicológico aos doentes e famílias durante todo o processo e agradeceu aos profissionais de saúde e bombeiros todo o empenho.

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"De realçar a forma profissional e altruísta como os profissionais reagiram, bem como as corporações dos bombeiros pela eficácia no combate a um incêndio difícil e numa zona altamente sensível do hospital", sublinhou Fernando Araújo.
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A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) já revelou que instaurou um inquérito para apurar as responsabilidades no incêndio ocorrido no domingo no Hospital São João, que causou um morto e quatro feridos graves.

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A IGAS adianta em comunicado que o processo de inquérito ao Centro Hospitalar Universitário de São João vai ser conduzido por dois inspetores do Núcleo Regional do Norte.
Fonte da Polícia Judiciaria (PJ) disse esta segunda-feira à Lusa estar a ser investigado o incêndio que deflagrou, no domingo, no Hospital de São João, causando um morto e quatro feridos graves.
Segundo a mesma fonte, "a PJ foi chamada a investigar as circunstâncias" do incêndio que, pelas 17h40 de domingo, atingiu o piso 9 do Hospital de São João, onde está o serviço de Pneumologia, e que obrigou à retirada de doentes.
Vários órgãos de comunicação social noticiam esta segunda-feira que o incêndio foi provocado por um doente que acendeu um cigarro no quarto, quando se encontrava a receber oxigénio.
Há pouco mais de uma semana, a nova ala pediátrica do Hospital de São João, no Porto, foi inaugurada depois de ter funcionado, durante uma década, em contentores. Na altura, o primeiro-ministro, António Costa, disse que a concretização desta obra era a prova de que é possível "fazer acontecer os sonhos" e não poupou elogios ao Conselho de Administração, que agora se demite.

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"Houve um Conselho de Administração que, seguramente, assoberbado com uma enorme pressão daquilo que foi o acréscimo de serviço que a pandemia impôs a todos os profissionais e instituições conseguiu encontrar uma vigésima quinta hora no seu dia para continuar a fazer esta obra andar", salientou António Costa.
