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O antigo jornalista José Manuel Barata-Feyo considera que a vulgarização dos diretos das televisões, popularizados pelo canal norte-americano de televisão CNN, destruiu a qualidade das reportagens televisivas.
Numa entrevista na Tarde TSF, ele sustenta a crítica, pela mentira que está implícita na promessa feita durante a Guerra do Golfo, na década de 90.
Afinal, diz Barata-Feyo que a guerra em direto informou menos os espetadores.
E dá o exemplo da situação que viveu na Jordânia, onde as imagens que eram difundidas revelavam uma situação de risco iminente, que não existia, de facto.
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Ouça aqui a entrevista com José Manuel Barata Feyo.
A propósito do livro "O lado invisível do Mundo", que o fundador da revista Grande reportagem, e antigo correspondente e repórter da RTP apresenta por estes dias, José Manuel Barata-Feyo defende que é mais perigoso fazer reportagem hoje em alguns países, que nos anos sete e oitenta do século passado.
O escritor recorda que quando fez a primeira travessia do Saara, a chamada pista ocidental, era a única interdita, por falta de condições de segurança.
Agora., é a única que é viável.
Em África, e noutros pontos do mundo, é hoje menos seguro, um jornalista poder trabalhar, em contraste com os anos da guerra fria, e dos independentismos.
Foi várias vezes ameaçado de morte - recorda, neste âmbito, uma situação vivida em Angola, durante a guerra civil -, mas não gosta de comparar o risco porque passam os jornalistas, com as ameaças vividas pelas populações.
Porque os jornalistas são voluntários, nos sítios para onde vão, e as populações não têm escolha.
"O lado invisível do mundo", de José Manuel Barata-Feyo, é uma edição Clube do Autor.