Dançar com Parkinson. Iniciativa pretende promover a interação social dos doentes

Promover o bem-estar, a memória e a interação social são os objetivos da iniciativa "Dançar com Parkinson".

As aulas de dança contemporânea são pensadas para pessoas com doença de Parkinson, mas também para cuidadores e amigos. A iniciativa "Dançar com Parkinson" pretende promover a criatividade, a memória, a interação social e o bem-estar físico e emocional. As sessões acontecem uma vez por mês e são organizadas pela companhia Bodybuilders | Rafael Alvarez, em parceria com o Coliseu do Porto e com o Balleteatro.

Quem sobe ao terceiro piso do Coliseu, não consegue ficar indiferente ao ritmo da música que se faz ouvir no corredor. Dentro de uma sala, dá-se início a mais uma aula do projeto "Dançar com Parkinson".

O coreógrafo Rafael Alvarez dá conta dos benefícios da dança contemporânea para melhor lidar com a doença. "Eu costumo dizer que a dança contemporânea é uma linguagem muito democrática, que nos permite pensar que todos temos um corpo e todos podemos dançar. O exemplo desta aula é que todas as pessoas têm mobilidades e experiências diferentes, mas podemos estar aqui a dançar e a descobrir possibilidades para encontrar criatividade e traduzir, através do nosso corpo, as nossas formas de ver o mundo", explica.

Nuno Ribeiro é um dos participantes da aula. Sentado de frente para o coreógrafo, vai imitando cada gesto que lhe é proposto. Já acompanha a sua mulher há duas sessões e garante que os resultados são visíveis. "Qualquer atividade fora do habitual e o convívio com outras pessoas traz sempre benefícios: a forma como os exercícios são feitos dá uma certa paz de espírito", assume. Na mesma sala, Isabel Chaves partilha este sentimento e revela que "comunicar com outras pessoas e desligar-se da vida real" são duas mais-valias que o "Dançar com Parkinson" trouxe para a sua vida.

A ritmos diferentes, cada aluno vai seguindo as orientações do professor. Os movimentos começam por ser lentos e individuais, mas rapidamente dão lugar a uma proximidade entre todos. De acordo com Rafael Alvarez, estas sessões são importantes para a criação de laços com a comunidade "pela dimensão do espaço lúdico que é criada à volta da música, das imagens e do movimento, mas também pelo espaço de trabalhar a partir do coletivo".

A iniciativa "Dançar com Parkinson" integra o projeto "TSUGI Porto | Dança Contemporânea +55 Anos & Seniores". O TSUGI "celebra o movimento de ligação e o tempo presente através da dança" e é destinado a pessoas com mais de 55 anos, seniores e doentes com Parkinson. Promovido pela companhia Bodybuilders e financiado pela Fundação Belmiro de Azevedo e pelo Ministério da Cultura, o projeto conta ainda com a parceria da Universidade do Porto que vai elaborar um estudo de avaliação e impacto, de modo a refletir sobre os resultados do projeto. A próxima sessão está marcada para dia 16 de janeiro.

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