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O futuro Hospital de Lisboa Oriental "está absolutamente preparado para tudo aquilo que tem a ver com questões sísmicas". A garantia é do bastonário da Ordem dos Engenheiros, que classifica como "infelizes" as dúvidas que foram levantadas pelo professor Mário Lopes, em declarações à CNN Portugal.
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"A Ordem dos Engenheiros já teve oportunidade de falar com o projetista da obra", adianta Fernando de Almeida Santos. O bastonário da Ordem dos Engenheiros assegura à TSF que "o cálculo estrutural dessa obra foi feito de acordo com as normas vigentes e com a maior atualidade daquilo que é conhecido em termos de tecnologia da construção".
Para Fernando de Almeida Santos, são "muito estranhas" as afirmações do professor Mário Lopes, do Instituto Superior Técnico. "Não consigo compreender que declarações foram essas, que põem em causa colegas de profissão relativamente a questões que são feitas debaixo das normas", conta.
O bastonário da Ordem dos Engenheiros lança ainda um desafio ao especialista que colocou em causa a resistência sísmica do Hospital de Lisboa Oriental: "Eu exorto a quem fez essas declarações que denuncie, se tiver provas, aquilo que atirou para o ar e que só causa alarmismo na população."
Também esta quarta-feira, o Presidente da República disse que acompanha "o que diz a Ordem dos Engenheiros quanto a não fazer sentido o alarmismo em termos de uma visão pessimista quanto aos efeitos de um eventual sismo" em Portugal.
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Marcelo Rebelo de Sousa garantiu ainda, à margem da cerimónia de entrega do Prémio Bial de Medicina Clínica, que o Governo "está a acompanhar" as dúvidas que foram colocadas à estrutura do futuro hospital lisboeta.
Por seu turno, na mesma cerimónia que decorreu no Porto, o ministro da Saúde referiu que vão ser "revisitadas" as regras de prevenção de risco sísmico dos hospitais e, em particular, do futuro Hospital de Lisboa Oriental. No entanto, Manuel Pizarro diz que isso "não significa que haja nenhuma preocupação especial" sobre esta matéria.
Lisboa está "extremamente preparada", assegura Moedas
Esta quarta-feira, numa reunião pública da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas garantiu que a capital está "extremamente preparada" para lidar com um sismo. O autarca afirma que a cidade tem um programa dedicado à prevenção sísmica, chamado ReSist, que tem reforçado "toda a proteção sísmica dos edifícios", incluindo "o mapeamento de todos os edifícios que não estão ainda reforçados".
Para além disso, Carlos Moedas refere que foi feito um simulacro de sismo, destacando a implementação do Sistema de Aviso e Alerta de Tsunami no Estuário do Tejo, com a instalação de sirenes na Praça do Império e na Ribeira das Naus, assim como a definição de percursos de evacuação.
O bastonário da Ordem dos Engenheiros concorda com a garantia deixada pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa. Em declarações à TSF, Fernando de Almeida Santos diz que a capital está protegida para o risco sísmico, uma vez que "há pelo menos 70 anos que é obrigatório" em Portugal fazer obras "com responsabilidade, acautelamento e segurança sísmica".
Mais cedo, depois do terramoto de 1755, "a baixa pombalina foi desenvolvida com uma espécie de rede, que se chama caixa de faraday, para salvaguardar eventuais sismologias idênticas", explica o bastonário à TSF.
Mesmo com essas salvaguardas, Fernando de Almeida Santos avisa que "um sismo de magnitude grande tem sempre consequências imprevisíveis", no entanto, "uma situação idêntica à quela a que aconteceu no sul da Turquia é muito pouco provável que aconteça em Portugal em termos de danos".