Depois de Lisboa, também Braga e Cascais podem entrar em situação de alerta

Crescimento em Braga coincide com pós festejos da Taça, mas especialista diz que é preciso tempo para confirmar relação. Na capital a incidência de casos de Covid-19 continua a aumentar.

Depois de Lisboa, também Braga e Cascais estão à beira de entrar em situação de alerta devido a uma incidência de Covid-19 que está próxima ou mesmo acima dos 120 novos casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias.

A análise é de Carlos Antunes, perito da equipa da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa que tem acompanhado a evolução da pandemia e que recebe os dados atualizados, por concelho, da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Na análise que faz a alguns dos maiores municípios do país, Carlos Antunes detalha que até 29 de maio - últimos dados que tem disponíveis - Braga teve um aumento de pouco mais de 100 casos por 100 mil habitantes para 136 em apenas quatro ou cinco dias, algo que, admite, é muito.

A subida anterior, mais acelerada, coincidiu com a passagem de quatro a cinco dias depois dos festejos da vitória do Braga na Taça de Portugal, mas o especialista diz que é preciso mais algum tempo para ter a certeza se a festa teve ou não algum efeito.

Ricardo Rio, presidente da Câmara de Braga, explica que já notam o aumento de casos de Covid-19 há algumas semanas e que a última informação recebida já esta semana confirma que foi, entretanto, ultrapassada a barreira dos 120 novos diagnósticos por 100 mil habitantes, chegando-se aos 140-150 casos.

"Braga é hoje "um dos territórios da região Norte com maior incidência", refere.

O autarca está convencido de que os festejos da Taça não tiveram influência pois o agravamento da situação já se sentia antes e defende que a origem estará nos comportamentos da população mais jovem do concelho, nomeadamente ligada ao ensino superior.

No caso de Cascais, Carlos Antunes explica que o aumento de casos tem sido ainda mais acelerado, estando a 29 de maio com 98 casos por 100 mil habitantes e com "potencial" para chegar, em breve, aos 120 - a incidência concelhia "quadruplicou" em cerca de três semanas.

O presidente da Câmara de Cascais confirma o aumento de casos, mas não o classifica como sendo assim tão significativo.

Carlos Carreiras fala num ligeiro acréscimo que segundo os últimos sinais já se terá invertido e iniciado uma trajetória de descida, esperando que o concelho não chegue à linha de alerta dos 120 novos casos per capita.

Sobre Lisboa, Carlos Antunes diz que a tendência crescente tem-se mantido, estando agora nos 162 casos por 100 mil habitantes, podendo atingir os 240 casos na próxima semana, "caso a tendência se mantenha".

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