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Mais de três de dezenas de professores da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, cerca de 10 por cento do total, foram denunciados por assédio moral e sexual. O Diário de Notícias (DN) conta, esta segunda-feira, que foram apanhados nas denúncias registadas nos primeiros dias de uma linha criada para receber queixas.
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Em apenas 11 dias, o canal aberto pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa para receber denúncias de casos de assédio moral e sexual recebeu 70 queixas, das quais 50 foram validadas e consideradas relevantes.
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O DN, que teve acesso ao relatório que descreve a experiência, sublinha que os casos revelados dizem respeito a 31 docentes, o que perfaz cerca de 10% do total de professores e assistentes da faculdade, sendo que sete concentram 30 denúncias, ou seja, mais de metade dos casos reportados.
O jornal escreve que, na grande maioria, os casos foram presenciais. No entanto, houve também situações através das redes sociais e e-mail. De acordo com o relatório citado pelo DN, que foi elaborado por uma comissão composta por três docentes e três alunos, e criada por iniciativa do Conselho Pedagógico, as situações presenciais aconteceram em contexto de aula ou na sequência da atividade letiva, como provas orais ou escritas.
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O documento refere comentários ou piadas sobre a condição sexual, telefonemas e mensagens inapropriadas, contacto físico intencional e não solicitado e também pedidos de favores sexuais, em troca da promessa de vantagens académicas e profissionais.
O DN consultou ainda a ata do Conselho Pedagógico, de onde saiu a criação do canal para receber as denúncias, em que o professor Miguel Roque afirmou que a Faculdade de Direito não é um espaço seguro, sublinhando que se vive um clima de terror na escola.
Há também relatos de racismo e xenofobia contra alunos brasileiros e negros, alguns de países africanos de língua oficial portuguesa.
Por agora, a Universidade de Lisboa não faz qualquer comentário à notícia do Diário de Notícias sobre os casos de assédio na Faculdade de Direito de Lisboa. A reitoria sublinha que ainda não teve conhecimento oficial do relatório e que só esta terça-feira é que o documento vai ser dado a conhecer na reunião do Conselho Pedagógico. Só depois haverá uma reação, quer da diretora da Faculdade, quer da reitoria da Universidade de Lisboa.
* Notícia atualizada às 10h28