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Fazer da oncologia uma prioridade do Serviço Nacional de Saúde é o apelo da Liga Portuguesa Contra o Cancro na véspera do Dia Mundial do Cancro, doença responsável por 25% dos óbitos registados em 2019.
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À TSF, Vítor Veloso, presidente do núcleo regional do Norte da Liga Portuguesa contra o Cancro, lamenta que os direitos destes doentes sejam "esquecidos" ou "atropelados" por decisões políticas e apela a cuidados mais justos.
Toda a população, apela, devia ter possibilidade de aceder "ao médico de família, ao diagnóstico, ao encaminhamento para centros de referenciação, onde lhe possam fazer todos os tratamentos que têm direito", mas também acesso a cuidados paliativos, "sem esquecer ainda os sobreviventes e cuidadores".
Ressalvando que a Liga não pretende "fazer qualquer tipo de competição com o Estado", apenas ajudar, Vítor Veloso lamenta que "aquilo que está consagrado na Constituição" e em diplomas que preveem os direitos dos doentes oncológicos "têm sido constantemente esquecidos ou, inclusivamente, atropelados por parecer de alguns decisores políticos".
Vítor Veloso não tem dúvidas de que se a oncologia fosse uma prioridade do SNS muitas vidas seriam poupadas, assim como recursos.
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"Queremos que, a partir de agora, os decisores políticos ponham na agenda que o cancro é uma prioridade", apela.
Vítor Veloso lembra que se a prevenção fosse feita de modo atempado, apesar de ainda não ser possível vencer completamente o cancro, haveria muito mais curas e sobreviventes com grande qualidade de vida.
Além disso, os doentes em estádios mais avançados "custam muito mais dinheiro ao Estado e os resultados não são famosos, pelo contrário, são muitas vezes dececionantes".
No Dia Mundial do Cancro, que se assinala este sábado, a Liga Portuguesa Contra o cancro vai atribuir 16 bolsas a jovens investigadores, numa cerimónia que conta com a presença do ministro da saúde.