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A Direção-Geral da Saúde recomenda a vacinação para os jovens entre os 12 e os 15 anos que tenham comorbilidades ou declaração médica, mas adiantou que, para os restantes, é preciso mais dados.
"A DGS emitirá recomendações sobre vacinação universal dos 12 aos 15 anos logo que tenha dados", explicou Graça Freitas.
A diretora-geral da Saúde recordou que as vacinas da Moderna e Pfizer estão aprovadas para os jovens desta faixa etária, mas lembrou que as autoridades de saúde internacionais já detetaram alguns problemas de miocardite.

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Ainda esta semana, a Ordem dos Enfermeiros (OE) defendeu ser "prudente aguardar" por mais informação científica quanto aos benefícios e efeitos a médio e longo prazo sobre a vacinação das crianças e jovens entre os 12 e os 15 anos.
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"Considerando a evidência científica à data e ponderado o facto de que os benefícios para o grupo etário pediátrico saudável parecem ser limitados, entende-se ser prudente aguardar por uma maior e mais robusta evidência científica quanto aos benefícios e efeitos a médio e longo prazo, antes de ser tomada uma decisão de vacinação universal deste grupo etário", referiu o parecer da OE enviado à Direção-Geral da Saúde (DGS).
Apesar de defender que se deve aguardar por mais informação científica sobre a vacinação das crianças e jovens entre os 12 e os 15 anos, a Ordem dos Enfermeiros considera que a "prioridade se deve centrar no processo de vacinação de pessoas com mais de 18 anos da forma mais célere possível" face à situação epidemiológica.

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O presidente do Colégio de Pediatria da Ordem dos Médicos está de acordo com as recomendações feitas esta sexta-feira pela Direção-Geral da Saúde. Jorge Amil Dias explica que é preciso ter em conta que o objetivo da vacina contra a Covid-19 é evitar doença grave e morte, tanto nas crianças como nos adultos. Daí a prioridade aos menores com outras doenças.
"Neste momento faz todo o sentido impedir que pessoas morram, esse é o objetivo central e essencial da nossa luta. Se depois de impedirmos que todos os adultos tenham uma probabilidade significativa de morrer os dados de segurança de utilização noutros países mostrarem que, efetivamente, isso traz uma diminuição acentuada do número de casos global, coisa que é desejável mas não está documentada, de certeza que esta decisão que a senhora diretora anunciou hoje será revista e alargada. A medicina e a ciência são assim, vamos evoluindo e modificando as nossas recomendações à medida que temos novos dados disponíveis", explicou à TSF Jorge Amil Dias.
Presidente do Colégio de Pediatria da Ordem dos Médicos sublinha que, também nas crianças, esta vacina não evita o contágio
O imunologista e investigador do Instituto de Medicina Molecular da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, Miguel Castanho, apoia a decisão da DGS e considera que deixar as crianças saudáveis por vacinar não vai comprometer a imunidade de grupo, até porque essa proteção é quase impossível de alcançar.
"Basicamente, devíamos abandonar o conceito de imunidade de grupo."