Escolas e faculdades ocupadas. Estudantes exigem "fim ao fóssil" e demissão de António Costa Silva

Com o objetivo de "alertar as pessoas para o desastre climático", o protesto vai ocupar o Liceu Camões, a escola António Arroio, as Faculdades de Letras e de Ciências da Universidade de Lisboa, o Instituto Superior Técnico e a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

"Fim ao fóssil: Ocupa!" É este o nome do movimento que, a partir desta segunda-feira, vai ocupar seis escolas e universidades de Lisboa, com centenas de estudantes a exigir o fim dos combustíveis fósseis e a demissão do ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva.

O movimento internacional "End Fossil Occupy!" já passou pelos Estados Unidos da América e pela Alemanha e chega esta semana às escolas Liceu Camões e António Arroio, bem como às Faculdades de Letras e de Ciências da Universidade de Lisboa, ao Instituto Superior Técnico e à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

Os estudantes vão ocupar os espaços das instituições de ensino "até que o Governo atenda às suas reivindicações", reivindicações essas que passam pela demissão do ministro António Costa Silva.

Em declarações à TSF, Carolina Loureiro, aluna da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, explica os objetivos deste protesto: "É alertar as pessoas para o desastre climático. Vivemos num constante estado de ansiedade preocupação porque o nosso futuro está em causa. É reivindicarmos o fim ao combustível fóssil até 2030, que é quando vamos atingir a temperatura de aquecimento global de 1,5 ºC. E também o fim dos fósseis no Governo, começando pelo atual ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, ex-CEO da Partex Oil and Gas, e que já manifestou abertamente que se alguém estiver interessado em fazer-lhe um convite sobre fazer furos em Portugal, nomeadamente no Algarve, ele está disposto a ouvi-los."

Raquel Alcobia, aluna da mesma instituição, diz que este movimento pretende também ser "um espaço de criação e de educação".

"Havendo este panorama a nível climático, a nossa educação não pode estar indiferente a isto", afirma Raquel à TSF.

"Tem de haver uma alteração na nossa educação: aulas que falem sobre crise climática e palestras que falem sobre justiça climática", sublinha Raquel.

Questionadas sobre um eventual apoio por parte da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, Raquel refere que esse "seria o nosso maior sucesso". "Que a faculdade ouça as nossa reivindicações e que entre também na nossa luta", frisa, relembrando: "Esta é uma luta de todos."

"Todas as ocupações serão diversas e assumirão diferentes moldes, tendo diferentes reivindicações locais, mas vamos todas agir de uma forma calma, e cuidada, e não vamos colocar nenhuma pessoa em perigo. Resistiremos ou contornaremos pacificamente quaisquer impedimentos de forças policiais ou de segurança. Utilizaremos diversas táticas e iniciativas criativas com o objetivo de suster a disrupção e fazer crescer a ocupação", explica o movimento em comunicado enviado às redações.

Além do fim dos combustíveis fósseis e da demissão de António Costa Silva, os estudantes apelam ainda a que a população participe na marcha pelo clima, organizada coligação "Unir Contra o Fracasso Climático", no próximo sábado, dia 12 de novembro, às 14h00, no Campo Pequeno, em Lisboa.

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