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A Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP) defende que é urgente que se conheçam as conclusões da investigação aberta ao acidente com o carro do Ministro da Administração Interna que vitimou um trabalhador, na A6, perto de Évora, a 18 de junho.
O caso está em segredo de justiça e os esclarecimentos do ministério têm sido poucos, não esclarecendo nem a velocidade a que seguia a viatura nem se existia alguma marcha de emergência.
O presidente da PRP, José Miguel Trigoso, diz à TSF que toda esta discussão e desconhecimento é prejudicial para a própria segurança rodoviária no país, numa urgência de se conhecerem os resultados da investigação que é ainda maior tendo em conta que dentro da viatura ia o ministro que tutela a área.
"Aqui está em causa o exemplo do Estado pois se o Estado exige - e bem - o cumprimento das regras a todos os cidadãos, o próprio Estado tem de dar o exemplo. Com isto não estou a dizer que não houve esse cumprimento, mas sim que tem de ficar claro para todos que há esse cumprimento e que quando este não existe ocorre uma responsabilização de quem não cumpre", avisa o representante da PRP.
José Miguel Trigoso explica a urgência de se conhecer aquilo que aconteceu na A6.
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O presidente da PRP, uma associação sem fins lucrativos e de utilidade pública para prevenção de acidentes rodoviários, refere que é "dramático para o sistema" a suspeita prolongada de uma qualquer violação das leis da estrada: "Como é que amanhã vão ser punidas pessoas quando está no ar a incerteza sobre o cumprimento dessas mesmas obrigações por parte do Estado?"
José Miguel Trigoso fala numa questão de exemplo.
"O comportamento do Estado tem de ser exemplar e é isso que me está a preocupar em termos de impacto no comportamento das pessoas que pode ser prejudicado por algum sentimento de impunidade ou por um sentimento de dois pesos e duas medidas, o que é muito mau", afirma José Miguel Trigoso, que sublinha que os acidentes na estrada em Portugal são um problema grave, com centenas de mortos e feridos, que afeta a qualidade de vida e saúde de milhares de portugueses todos os anos.
José Miguel Trigoso teme os efeitos secundários deste acidente.
"Este caso e outros preocupam-me particularmente porque podem levar a uma desresponsabilização individual por falta de exemplo do Estado, pelo que era importantíssimo para a segurança rodoviária existirem decisões e esclarecimentos, tecnicamente indiscutíveis, muito rápidos", conclui o presidente da PRP.