"Estatuto trouxe mais precariedade." Profissionais da cultura manifestam-se junto à AR

Rui Galveias diz à TSF que é "mentira" que o Orçamento do Estado tenha aumentado para a cultura.

As estruturas e os profissionais da cultura manifestaram-se esta quarta-feira junto à escadaria da Assembleia da República. Os manifestantes queixam-se da precariedade e da falta de apoio do ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva.

"Depois de uma pandemia em que a resposta devia ser medidas de emergência para o setor, foi uma medida atabalhoada chamada Estatuto dos Profissionais da Cultura, que a única coisa que trouxe foi mais precariedade, porque baliza a precariedade como se fosse legal e não encaminha para um vínculo com dignidade que são contratos de trabalho", afirma Rui Galveias, diretor do Sindicato dos Trabalhadores do Espetáculo, do Audiovisual e dos Músicos, à TSF.

O sindicalista diz que essas estruturas "são o garante do serviço público de cultura que o Governo não consegue fazer, porque tem um ministério que é um microministério" e revela que este é "um momento de abandono do Ministério da Cultura e do Governo em relação a um setor que é fundamental na sociedade".

"Deixa muitas estruturas sem apoio, portanto, muitos trabalhadores sem trabalho para os próximos meses. Estamos a falar de candidaturas a apoios e a financiamento de DGArtes que foram consideradas elegíveis. Tiveram a pontuação necessária para ter esses apoios, fizeram um bom trabalho e esse trabalho é premiado com esse reconhecimento, mas depois não há verba mais uma vez, porque monta-se a mentira de um Orçamento do Estado para a cultura que aumentou, mas aumentou irrisória. Na prática, diminuiu em termos percentuais", considera Rui Galveias.

O dirigente do sindicato revela que já reuniram com o ministro, mas falta que atenda às reivindicações dos profissionais e isso é um problema "quer deste ministro, quer da ministra anterior e quer dos Executivos sucessivos".

"Os ministros da Cultura são autistas em relação ao setor e à importância que ele tem para a sociedade. Estamos a falar de um pilar da nossa sociedade, um pilar da democracia, um direito que está escrito na Constituição com toda a clareza, e é fazer cumprir esse direito. Esse é o papel do Governo", atira.

Dezenas de pessoas, vestidas de preto e com um lenço colorido, juntaram-se na escadaria da Assembleia da República. Um dos promotores da manifestação, Ruy Malheiro, da Ação Cooperativista, afirma que há falta de diálogo entre o ministro e os profissionais.

O ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, foi ouvido na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Deporto.

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