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Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (Andaep), considera que seria uma asneira impor um Plano de Recuperação das Aprendizagens dos alunos para recuperação das aprendizagens perdidas no ensino obrigatório devido à pandemia de Covid-19, que implicou aulas à distância e o confinamento dos estudantes. Para o presidente da Andaep tem de ser um documento flexível, com autonomia das escolas.
"O documento que hoje vier a ser apresentado, que nós desconhecemos, tem de ser um documento com base em recomendações, com base em sugestões, orientações. Não pode ser um documento prescritivo. Não pode ser um facto que o Ministério da Educação vai impor às suas escolas", explicou à TSF Filinto Lima, que defende que seria "uma asneira" não o tornar um "documento flexível" para ser adequado e adaptado à realidade do universo das 111 escolas públicas existentes em Portugal.
Filinto Lima dá o exemplo concreto do agrupamento de escolas a que pertence, no concelho de Vila Nova de Gaia.
"Estou preocupado com o primeiro ciclo. Os alunos do primeiro e segundo ano, idades mais jovens e alunos muito menos autónomos, são os que mais perderam em contexto de confinamento. Nesse sentido, queria reforçar essas aprendizagens dos meus alunos, mas isto é a minha realidade. Outro colega pode querer reforçar as aprendizagens noutra área, noutro ano de escolaridade", acrescentou o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas.
O Plano de Recuperação de Aprendizagens apresentado esta terça-feira é o resultado da auscultação de vários intervenientes, entre os quais uma equipa de especialistas, e deverá ser aplicado nos dois próximos anos.
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A criação do grupo de trabalho foi anunciada em finais de março pelo secretário de estado Adjunto e da Educação, João Costa, no mesmo dia em que foram divulgados os resultados de um estudo diagnóstico sobre o impacto do primeiro confinamento nas aprendizagens.
O estudo revelou que mais de metade dos alunos não conseguiu atingir os níveis esperados em conhecimentos elementares a Leitura, Matemática e Ciências, segundo as provas realizadas pelo Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) a mais de 23 mil alunos dos 3º, 6º e 9º anos de escolaridade.