Governo e autarquias avançam com medidas para enfrentar a seca

O ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes,​​​​​​ antecipa medidas concretas, tanto para os espaços urbanos como para a agricultura.

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) reúne-se amanhã como municípios do Algarve para definir medidas para enfrentar a seca que afeta Portugal. O ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, antecipa esta terça-feira que deverão ser tomadas medidas concretas, tanto para os espaços urbanos como para a agricultura, que podem incluir o condicionamento da "rega dos espaços verdes, da lavagem das ruas e de alguns equipamentos". O ministro esclarece ainda que as medidas serão diferentes de região para região, dependendo da intensidade da seca. Esta será a primeira de cinco reuniões a realizar nas cinco regiões hidrográficas nacionais.

O anúncio é feito um dia após o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) ter alertado para um novo agravamento da situação de seca meteorológica no país que, a 15 de fevereiro, tinha mais de 90% do território em seca severa ou extrema.

O Governo sublinha uma prioridade clara: "O abastecimento humano." Matos Fernandes garante que em todas as albufeiras portuguesas em que foi suspensa a produção de eletricidade há água suficiente para "dois anos de abastecimento".

"Todas elas, de forma diferente têm o seu nível de água a subir. Têm mais água hoje do que quando tomámos esta medida", garante o ministro.

O último boletim de seca, divulgado esta segunda-feira indica valores de percentagem de água no solo inferiores ao normal em todo o território, com as regiões Nordeste e Sul a atingirem valores inferiores a 20%, com "muitos locais a atingirem o ponto de emurchecimento permanente". "O grau de severidade da seca meteorológica a 15 de fevereiro de 2022 é superior ao que se verificava em 2018 e em 2005, com uma percentagem superior nas classes de seca severa e extrema e que corresponde a cerca de 91 % do território", refere o IPMA.

O instituto prevê ainda que até ao final de fevereiro não se prevê a ocorrência de precipitação significativa em todo o território e que, em relação à temperatura do ar, a tendência será "para valores superiores ao normal para todo o território, em especial para a região interior Centro e Sul". Durante esta semana, o Instituto Português do Mar e Atmosfera (IPMA) estima temperaturas que podem chegar aos 26 ºC em algumas regiões de Portugal.

À TSF, a meteorologista Maria João Frada admite que se tratam de "temperaturas acima da média" para esta altura do ano e, a partir desta segunda-feira "começam a contribuir para uma onda de calor", mas que será "um episódio temporário, entre os dias 21 e 23 e em alguns locais do norte até pode chegar ao dia 24" de fevereiro.

"Estamos a falar de valores de temperaturas máximas que variam entre os 19 e os 23 ºC", mas na zona do litoral oeste no centro e sul "podem chegar a valores na ordem dos 25, 26 ºC" e, em alguns locais, a meteorologista explicou que "além de as temperaturas estarem mais de cinco graus Celsius acima da média", podem estar, em alguns locais "sete, oito, nove ou até dez graus" acima do normal para esta época do ano.

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