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O Governo dos Açores "pondera implementar" um voucher aos turistas que se desloquem a São Jorge, bem como uma "especial promoção" dos produtos Marca Açores com origem na ilha, anunciou esta terça-feira o presidente do executivo regional.
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José Manuel Bolieiro, que intervinha esta terça-feira na Assembleia Legislativa Regional dos Açores, na cidade da Horta, ilha do Faial, considerou que a crise sismovulcânica na ilha de São Jorge "acentua consequências de crise económica", às quais o Governo dos Açores não é "indiferente, com ação e apoio adequados e em tempo assertivo".
O líder do executivo destacou que manteve "reuniões com representantes dos empresários e com dezenas de empresários", sendo que "o acompanhar desta situação tem de ser diário e permanente".

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Boleiro exemplificou que, "neste imediato, o Conselho do Governo aprovou, com específica adaptação às crises acumuladas - pandemia, guerra e, em São Jorge, a crise sísmica, a prorrogação do Apoiar.PT Açores, programa de apoio à liquidez, desta vez aplicado com majorações para São Jorge".
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"Na ilha, será atribuída uma majoração de 10% aos apoios calculados e um acréscimo de 20% sobre os limites máximos indicados", frisou o governante.
O líder do executivo açoriano anunciou que, "conforme o evoluir da situação e em estreita ligação com os empresários do negócio turístico, e perante a evidência de cancelamentos de viagens e estadias em São Jorge, o Governo Regional dos Açores, poderá implementar um sistema de incentivo financeiro, tipo 'voucher', aos turistas que se desloquem à ilha de São Jorge, no período de afetação destes prévios cancelamentos e sua possível recuperação".
Boleiro adiantou que será dada "ainda especial promoção aos produtos Marca Açores, de origem de São Jorge". No debate que se seguiu à intervenção do presidente do Governo Regional, António Lima, deputado e líder do BE/Açores, considerou que a crise sismovulcânica "causou profunda disrupção da vida social e económica de São Jorge".
O parlamentar defendeu, face à imprevisibilidade destes fenómenos em qualquer ilha, "cada vez mais preparação e consciência de que pode acontecer", através dos planos de emergência, que devem "estar operacionalizados".
Para a deputada socialista Isabel Teixeira, as "palavras bonitas são insuficientes", sendo que "a economia está a definhar-se" depois da pandemia e da guerra, e agora com a crise sísmica.
A deputada defende "ações concretas que têm de ir muito além das medidas anunciadas pelo Governo dos Açores". Paulo Estevão, deputado e líder do PPM, destacou a "intervenção de grande sentido de responsabilidade" de Bolieiro, que reconheceu o papel dos outros órgãos de soberania nesta crise, "sem uma intervenção triunfalista".
Paulo Estevão considerou a medida Apoiar.pt a "correta, porque está no terreno e dá respostas céleres", tendo ainda "capacidade de se adaptar".
O deputado do PAN/Açores Pedro Neves referiu que não tem "nada a apontar ao Governo dos Açores", uma vez que "tudo o que poderia ser feito foi feito".
O Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA) não identificou, nas últimas 24 horas, sismos sentidos pela população na ilha de São Jorge, foi hoje anunciado.
Segundo o comunicado diário do CIVISA para ponto da situação da crise sismovulcânica naquela ilha do arquipélago açoriano, desde as 22h00 de segunda-feira e até às 10h00 desta terça-feira "não foi sentido nenhum sismo", e o mesmo aconteceu entre as 10h00 e as 22h00 de segunda-feira.
Desde o início da crise sismovulcânica, que teve início há precisamente um mês (19 de março), foram identificados cerca de 252 sismos sentidos pela população.
A atividade sísmica tem vindo a registar-se ao longo de uma faixa desde a Ponta dos Rosais até à zona do Norte Pequeno, na Silveira, e continua "acima do normal", refere o comunicado.
O sismo de maior magnitude (3,8 na escala de Richter) ocorreu no dia 29 de março, às 21h56. Na segunda-feira, ultrapassaram-se os 29.200 abalos em São Jorge desde o início da crise sismovulcânica, de acordo com o presidente do CIVISA , Rui Marques.