Governo promete rapidez na avaliação da contratação de profissionais para o IPO de Lisboa

Lacerda Sales nega que o Ministério das Finanças esteja a colocar entraves no processo.

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, assegura que o IPO de Lisboa pode contratar profissionais de saúde para colmatar as falhas causadas pela saída de 50 profissionais para o setor privado. Foram 20 enfermeiros, 13 médicos, dez técnicos superiores, quatro assistentes e três auxiliares que, desde 1 de maio até à última sexta-feira, saíram do IPO.

Agora, perante estas necessidades, Lacerda Sales assegura que a instituição pode contratar e promete celeridade na avaliação dos pedidos de contratação.

Para já, são os enfermeiros que fazem mais falta no IPO de Lisboa: nesta altura tem 574 enfermeiros, necessitando de mais 139. O pedido de contratação de 20 enfermeiros - o mesmo número de profissionais que abandonou o IPO - foi colocado "na plataforma dos recursos humanos ainda na passada sexta-feira" e a análise do mesmo foi pedida "com caráter de urgência", garante em declarações à TSF.

O governante sublinha também que as unidades de saúde EPE "gozam da faculdade de poder contratar trabalhadores sem termo para substituir trabalhadores que saem em definitivo".

Esta manhã, em direto na TSF, o presidente do Conselho de Administração do IPO de Lisboa, João Oliveira, explicou que o plano de contratações apresentado ao Ministério da Saúde está autorizado mas alertou que o problema está na avaliação caso a caso por parte do Ministério das Finanças.

Na resposta, o secretário de Estado Lacerda Sales garante que o empenho em responder às necessidades do SNS é de todo o Governo, no qual diz haver "solidariedade interinstitucional".

Questionado sobre se as Finanças estão a colocar qualquer entrave ao processo, Lacerda Sales nega e sublinha que "foram sempre muito solidárias e muito coesas" com o Ministério da Saúde. "O Governo funciona como um todo e com certeza é assim que se vai manter", remata o governante.

O PCP quer ouvir o ministro das Finanças.

"O PCP já entregou hoje e requereu a presença do senhor ministro das Finanças na comissão de saúde para prestar esclarecimentos sobre os bloqueios que têm existido, seja na contratação de trabalhadores seja na realização de investimentos. Tivemos conhecimento de que tinha existido um pedido de contratação de trabalhadores pelo Instituto Português de Oncologia de Lisboa, que aguardava autorização por parte do Governo e, entretanto, neste último mês saíram cerca de 50 trabalhadores", explicou à TSF a deputada do PCP Paula Santos.

Já o Bloco de Esquerda quer voltar a apresentar leis que permitam facilitar as contratações.

"Conversões automáticas de contratos precários em contratos definitivos, que já apresentámos mas foi rejeitada pelo PS, teremos de voltar a insistir nisso. Revisão das várias carreiras na área da saúde de forma a garantir que nessa revisão existe uma melhor perspetiva de progressão de carreira, remunerações, etc", acrescentou o deputado do BE Moisés Ferreira.

O IPO de Lisboa recebe um quarto dos doentes com cancro na região de Lisboa e Vale do Tejo. São cerca de 14 mil novos utentes por ano. Neste momento, estão a ser tratados e acompanhados 57 mil doentes.

Apesar de ter perdido 50 profissionais em pouco mais de um mês, o presidente do IPO de Lisboa garante que a capacidade de resposta não está comprometida, mas há serviços que arriscam diminuir a atividade.

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