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As vítimas e testemunhas dos abusos sexuais na Igreja Católica vão ter um grupo de apoio independente. Será um grupo de contacto formado por especialistas, sobretudo psicológicos e psiquiatras, que vai apoiar e acompanhar as vítimas e testemunhas de abusos sexuais cometidos pelos padres da Igreja Católica.
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A revelação foi feita à TSF por Souto Moura, que lidera a equipa de coordenação nacional das comissões diocesanas de proteção de menores.
Este grupo de contacto será presidido por uma mulher, que está, nesta altura, a formar a equipa.
O trabalho deve começar a seguir à Páscoa, depois de uma apresentação que será feita pela Conferência Episcopal Portuguesa.
A Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais na Igreja Católica validou 512 testemunhos, apontando, por extrapolação, para pelo menos 4815 vítimas. Vinte e cinco casos foram enviados ao Ministério Público, que abriu 15 inquéritos, dos quais nove foram arquivados.
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Os testemunhos referem-se a casos ocorridos entre 1950 e 2022, o espaço temporal abrangido pelo trabalho da comissão.
No relatório, divulgado em fevereiro, a comissão alertou que os dados recolhidos nos arquivos eclesiásticos sobre a incidência dos abusos sexuais "devem ser entendidos como a 'ponta do iceberg'" deste fenómeno.
A comissão entregou aos bispos diocesanos listas de alegados abusadores, alguns ainda no ativo.