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A Organização Mundial da Saúde (OMS) já assume que a partir de março a pandemia pode ficar controlada na Europa. Com alta taxa de vacinação e imunidade natural, o continente pode viver "um longo período de tranquilidade" e chegar a uma situação endémica. À TSF, Carlos Antunes, investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, revela que em Portugal todos os sinais apontam para esse cenário e já concorda em reduzir restrições.
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"Há, de facto, uma boa perspetiva que pode estar à vista considerar reduzir (restrições). Penso que as autoridades estão a fazer isso, a trabalhar num plano para a próxima fase, para a própria vigilância epidemiológica da doença, que possa ser feita de uma forma mais simples", admite o matemático.
O cenário atual traz esperança, mas é preciso que a imunidade da população impeça o vírus de se propagar de forma exponencial. No entanto, assume Carlos Antunes, a capacidade da reinfeção da Ómicron levanta dúvidas.

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"Estimamos que cerca de 51% da população já tenha tido contacto com o vírus. Mas, contudo, há outras incertezas. Se nós retirarmos as pessoas que estiveram infetadas há mais de três meses e, se considerarmos que essas pessoas são suscetíveis à infeção com Ómicron, a percentagem população que está naturalmente protegida contra esta variante é menor", indica o especialista.
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Carlos Antunes afirma que o pico desta vaga potenciada pela variante Ómicron pode ter sido atingido no dia 26 de janeiro. A descida do número de novos casos vai ser mais lenta do que foi a subida e este mês os números diários, estima o matemático, devem permanecer acima dos dez mil contágios.
"Não vai ser uma descida abrupta. Precisamos de 18 dias para atingir metade dos casos", sublinha o investigador no dia em que as autoridades de saúde registaram mais de 17 mil novos casos e 36 mortes nas últimas 24 horas.