Juiz Ivo Rosa vai liderar processo de instrução do caso BES

O sorteio desta tarde ditou o nome de Ivo Rosa. O juiz esteve, anteriormente, responsável pela instrução do processo da Operação Marquês.

A instrução do processo judicial sobre o Universo Espírito Santo foi entregue, esta quinta-feira, ao juiz Ivo Rosa. O sorteio eletrónico aconteceu esta tarde, no Tribunal Central de Instrução Criminal, mas, ao contrário do que aconteceu no passado, o juiz de turno, Carlos Alexandre, não autorizou a presença de jornalistas na sala.

O juiz Ivo Rosa, que já tinha tido a cargo a instrução do processo da Operação Marquês, fica agora responsável pela próxima fase do processo BES/GES, que conta com 25 arguidos, com destaque para Ricardo Salgado, antigo presidente do Banco Espírito Santo, acusado de 65 crimes.

Em causa está a rede de empresas criadas para esconder, dentro do Universo Espírito Santo, perdas financeiras. Os crimes - que vão desde associação criminosa, corrupção, burla qualificada, falsificação de documentos a branqueamento de capitais, entre outros - estão avaliados em 11.800 milhões de euros. A situação acabaria por levar ao colapso do grupo, em 2014.

Ricardo Salgado está também acusado da autoria de 12 crimes de corrupção ativa no setor privado e de 29 crimes de burla qualificada, em coautoria com outros arguidos, entre os quais José Manuel Espírito Santo e Francisco Machado da Cruz.

O Ministério Público acusou ainda o ex-líder do BES de infidelidade, manipulação de mercado, sete crimes de branqueamento de capitais e oito de falsificação.

Segundo a acusação, Salgado foi acusado de associação criminosa, em coautoria com outros 11 arguidos, incluindo os antigos administradores do BES Amílcar Pires e Isabel Almeida.

Na altura, uma nota da Procuradoria-Geral da República (PGR) referia que tinha sido deduzida acusação por associação criminosa e por corrupção ativa e passiva no setor privado, de falsificação de documentos, de infidelidade, de manipulação de mercado, de branqueamento e de burla qualificada contra direitos patrimoniais de pessoas singulares e coletivas.

Em causa nesta complexa investigação "está um valor superior a onze mil e oitocentos milhões de euros", em consequência dos crimes imputados, e prejuízos causados.

A PGR referia também que o processo principal BES/GES "agrega 242 inquéritos que foram sendo apensados, abrangendo queixas deduzidas por mais de 300 pessoas, singulares e coletivas, residentes em Portugal e no estrangeiro".

Notícia atualizada às 17h06

Recomendadas

Outros Conteúdos GMG

Patrocinado

Apoio de