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O escalar da pandemia em Lisboa e Vale do Tejo já começou a propagar-se ao Centro, ao Alentejo e, sobretudo, ao Algarve.
O agravar da situação nestas três regiões é visível ao analisarmos os números diariamente revelados pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e constatado, igualmente, pelo matemático Óscar Felgueiras, que tem medido o pulso à pandemia e ajudou o Governo a desenhar a estratégia para o desconfinamento a partir de maio.
Pelos cálculos da TSF, a média diária de casos dos últimos 14 dias (indicador que suaviza as grandes oscilações diárias muito influenciadas pelo dia da semana) chegou ontem, quarta-feira, no Algarve, a 69,9, mais do triplo do registado a 1 de junho (19,6), com uma aceleração evidente na última semana.
No Centro a subida também tem sido quase contínua - de 44,4 no início do mês para 74,9 agora -, tal como no Alentejo - 15,8 para 32,4.
Óscar Felgueiras confirma as tendências detetadas pela TSF e admite que tudo indica que será um efeito de contágio daquilo que se sente, há mais tempo, em Lisboa e Vale do Tejo.

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Destacando a situação do Algarve, o matemático acrescenta que na análise per capita o Algarve ultrapassou, na última semana, a barreira dos 120 novos casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias.
O perito refere que "tem-se notado um maior aumento recente, principalmente na região do Algarve, onde se duplicou o número de casos na última semana, provavelmente consequência da ponte no feriado de 10 de junho".
"No entanto, mesmo as outras regiões do país têm tido crescimentos, nomeadamente o Alentejo de uma forma acentuada e de forma mais ligeira o Centro e o Norte que têm patamares de incidências menores que as regiões do Sul", diz Óscar Felgueiras, sublinhando a duplicação de casos no Algarve em apenas uma semana e um aumento acima dos 60% no Alentejo.
"Lisboa e Vale do Tejo tem uma incidência mais elevada, mas o crescimento dos novos casos abrandou", ao contrário do Alentejo e do Algarve onde o escalar da pandemia acelerou.
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